domingo, 27 de abril de 2008

Crise de Casamento

Hoje meus pais fizeram 34 anos de casados, realmente é muito tempo mesmo.
Nem todos conseguem esse tempo juntos. Não tenho experiência em relacionamentos com esse tempo, até pq tenho menos tempo de vida, e mesmo assim, nos meus relacionamentos mais longos de amizade, por volta de 18 anos, tenho situações de desgaste e eu sei que é uma atitude manter esses relacionamentos.
Sim, manter qualquer coisa por muito tempo, seja uma dieta, um investimentos, uma atividade física, um relacionamento é necessário estar disposto. Eu atualmente tenho decidido manter meus relacionamentos, e começar a fazer investimentos, a dieta e os exercícios ainda não são total prioridade na minha vida.
O que quero dizer, é que para manter um relacionamento por 5 meses, 12 anos ou 34 anos é necessário gastar energia nisso, é preciso relevar, é preciso amar, é preciso dedicação.
É mais fácil ser solteiro, só. Mas muito mais gostoso estar amando, e principalmente deixar ser amado, principalmente por tanto tempo, indepentemente do tipo de amor é preciso escolher estar amando. E durante 34 anos, realmente é muita decisão e energia para isso...
Atualmente as pessoas estão pouco propensas a isso: investir tempo e energia num relacionamento. As mulheres com sua independência financeira resolveram agir como os homens, caçando suas presas para o sexo fácil. O Homem acuado com isso, sem saber exatamente qual seu papel social, embora goste de ser paquerado tem medo dessas mulheres modernas que querem um homem sensível, forte, que chore, mas não muito, que ganhe bem e pague as contas, mesmo que ela ganhe igual ou mais... e nenhum deles com tempo, paciência ou vontade de manter os relacionamentos.
Certa vez uma pessoa disse que os homens que não conseguem manter relacionamentos longos é porque têm medo de receberem críticas por causa de sua incapacidade sexual. Concordo, mas não só isso. As pessoas não querem se abrir, se mostrar, têm medo de abrir sua individualidade e de gastar suas energias para manter qualquer coisa, pq vivemos num tempo em que se pode comprar tudo... exceto 34 anos de relacionamento de um casal, com todas suas alegrias e tristezas, mas um casal que se ama e se dá suporte, e que não têm medo de mostrar o amor.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Isabella vs. Britiney Spears

Pode parecer loucura falar delas no mesmo texto, mas estava aqui ouvindo a música nova da Britiney (a piece of me) e fiquei pensando se tudo que queremos de nossos artistas e celebridades, desejando que eles sejam tão pobres, feios e insignificantes como eles. Fazemos de suas vidas nosso espetáculo predileto, os colocamos em pedestais, que adoramos ver ruir.


O caso Isabella é extamente isso, é a nossa fome de ver a desgraça alheia, tanto da morte trágica dessa pequena criança, como jogar pedras e condenar o pai e a madrasta. Pode ser que sejam realmente culpados, ou não. Não podemos negar que a morte é trágica, mas não menos trágica do que todas as crianças que morreram de dengue no Estado do RJ, ou as que morrem de fome no País, amparado por programas ineficientes de distribuição de renda que baseiam-se exclusivamente em assistencialismo barato e eleitoreiro.A Morte da Isabella é triste, mas não menos que todos que morrem nas filas dos hospitais publicos, atendidos por profissionais mal pagos e que não têm estrutura para trabalhar. É dolorosa essa morte, mas não menos do que o assassinato que cometemos diariamente com nossas crianças sem escola descente e com uma escola precária, desestreturadas, ensinadas por professores a beira de um ataque de nervos pela impotência que sentem diante de um bandidinho armado que comanda a escola.


A Isabella é nossa celebridade da semana. O privado confundiu-se com o público e foi para a privada. Tvs, Jornais, Rádios, Internet todos ganhando audiência e dinheiro com a tragédia da nossa artista pop dessa semana e isso por conta de sua desgraça. Todos nós queremos um pedaço dela e da Britiney e de toda a desgraça que elas representam. Queremos a cantora dando vexames, se drogando e perdendo a guarda dos filhos. Queremos a morte da Isabella, queremos o terremoto no Brasil, queremos sofrer intensamente a dor dos outros, enquanto estamos confortavelmente sentados em nossos carros com ar-condionado de classe média.


Pode ser que os indiciados realmente sejam culpados, ou não. Pode ser que estejamos vivendo mais um caso "escola base", sempre, independente de quem seja o culpado, esse crime será cruel, bem como é cruel a cobertura do caso.


Todos queremos nossa parte na história, precisamos estar na capa da veja da próxima semana com a cara dos outros. Alguns especialistas dizem que toda a comoção é porque eles são classe média, e que poderia ser cada um de nós. É um crime cruel, mas não podemos nos esquecer que devemos seguir os ritos policiais e processuais, que não podemos condenar sem esses ritos, que nós, comuns do povo, também suscetíveis a essa situação e aos erros de julgamento de nossos pares, que desejam, insaciávelmente um pedaço deles e da Britney, e também dos ex-BBBs, e do Michale Jackson, Madonna, Fergie, Rodrigo Santoro e afins.

Queremos ser os inocentes e julgadores dos crimes alheios, e desejamos, em estando nessa situação, sermos absolvidos por nossos pequenos crimes.

O que podemos desejar é que sendo culpados a justiça seja feita de forma exemplar, mas que nada aconteça antes que se tenha efetivas provas contra os indiciados.

Leia os excelentes textos de Guilherme Fiuza e Alexandre Inagaki.

Crise de Sonhos

Eu normalmente não sonho, ou mais especificamente não costumo lembrar dos meus sonhos quando acordo... pelo menos era assim até acabar as minhas férias, sim pq essa semana tudo mudou e só posso dizer que estou precisando de férias para descansar da primeira semana de trabalho!
E o mais interessante é a variedade de sonhos, no último eu fui convidado a ser o 3º passageiro (na verdade ser a babá de alguém) em um super cruzeiro pelo país, mas em virtude de vários compromissos, eu ia e voltava para a terra... bem, em uma das etapas da viagem, eu precisei pegar um avião até o porto para poder embarcar...
Coisa de louco, mas fazer o que! sonhos são assim, até aqueles que sonhamos acordados... sim, pois até nos nossos sonhos de vida, temos alguns pontos de mentira ou impossibilidade real. Desejamos ficar ricos sem esforço, emagrecer comendo, ter o corpo perfeito sem exercicios físicos ou dieta. Desejamos um amor perfeito, sem que tenhamos de abri mão de nossa liberdade ou de mudar nossos pequenos defeitos irritantes, sonhamos em sempre ter razão num relacionamento e ainda assim ser feliz. Sonhamos acordados em termos um amor do tamanho de nossos desejos, e ainda assim, sonhamos com uma paixão arrebatadora, daquelas de novela das 8 ou do filme de holywood, e isso por todos os dias de nossas vidas. Sonhamos ainda, no meio desse turbilhão apaixonado, termos paz, tranquilidade e serenidade de um amor maduro.
Sonhamos com tanto e fazemos tão pouco para realizarmos nossos sonhos... Por isso, acordar no meio de um sonho de um cruzeiro, pegar um avião para chegar no navio para curtir apenas a parte boa da festa nem tão maluco assim

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Crise religiosa

Dia desses conversava com alguns amigos sobre religião e Deus. Sou um cristão a partir do momento que acredito na vinda de Jesus Cristo. Sou católico apostólico romano de criação. Sou religioso por opção e sem igreja por falta dela.

Sim, ainda não achei uma igreja que satisfizesse minhas ânsias d'alma. Freqüento templos católicos, e entendo que esses lugares são formas de catalisar energia para uma comunicação com Deus existente em nossos corações, a verdadeira casa de Deus. Não acho que os templos católicos são melhores ou piores, mais fracos ou fortes que os demais templos, mas conhecer seus rituais traz uma tranquilidade e conforto.

Não acredito que uma religião melhor ou pior, apenas formas diferentes de denominar um Deus máximo e superior, onipresente e magnânimo e suas "entidades auxiliares". Se a energia religiosa for direcionada para o bem próprio sem prejudicar o próximo e principalmente quando se trata de vislumbrar e trabalhar para o bem comum, a religião deverá ser enaltecida e vivenciada com energia e intensidade.

Falar de religião nunca é fácil, e traz com certeza muitas emoções à mesas que se discutem o assunto. Mas a dificuldade está em todos os assuntos em que todos têm suas razões e esquecem de entender o outro ponto de vista a circuntância que levou o interlocutor a chegar a tal conclusão, e não apenas para religião, política, futebol, sexo, novela, trânsito, economia. Nos esquecemos de algo que entendo com uma das melhores máximas "você é você e suas circuntâncias".

O problema das religiões está no mundano, na luta entre o divino e o poder temporal, o deslumbre pelo dinheiro e pela manipulação. O problema das religiões está na mente dos seus chefes e não no coração dos seus fiéis.

crise de esqueletos

Hoje, estava pensando, ao retornar para a casa, que todos nós, em todas as épocas temos cadáveres escondidos em nossos armários, em maior ou menor tamanho, com maior ou menor gravidade, estão lá, todos esperando as oportunidade de serem trazidos ao mundo.

A questão é exatamente essa, qual o momento e a melhor oportunidade para trazermos esses nossos cadáveres para as pessoas próximas a nós. Alguns quando conhecem esses segredos nos trazem agradáveis surpresas e por outras vezes temos medo de qual a reação dos desbravadores deles.

Fico me perguntando se realmente precisamos contar determinados segredos, se é preciso ser feito, não pela gravidade, mas porque nem tudo deve ser falado. A caixa de pandora, deve por vezes permanecer fechada? ter uma relação de total e irrestrita honestidade e falta de segredos é saudável? tirar todos esses cadáveres do armpario realmente faz bem?

Tenho minhas dúvidas com relação a isso e qual a atitude que devo tomar. alguns momentos de nossas vidas temos certeza, no exato momento do acontecimento que ali nos encontramos num momento de encruzilhada de decisão, que a história terá um caminho diferente, ali, naquele exato momento, tudo decidido por um sim ou não, por uma palavra ou pelo silêncio, por ocultar ou não o segredo.

Não é fácil ter essa percepção, e principalmente, em tendo, ter a cabeça fria para decidir o melhor caminho. A partir do momento que usamos do nosso livre arbitrio estamos mudando o parâmetro dos nossos destinos já escritos, e ae podemos aumentar ou diminuir a quantidade de segredos em nossas vidas.

A nossa vida é dividida em diferentes grupos sociais, e cada qual com a sua história e sua circuntância, mas principalmente cada um com o seu rol de esqueletos ocultos ou nao, como se tívessemos diversos níveis de realidade, em que cada nível você ganha uma chave, com direito a acessar os diversos níveis de verdade. A questão está em optar pela pílula vermelha ou azul, de ver a verdade ou a mentira.

Não que desconhecer o conteúdo da caixa de pandora distorça a verdade, não entendo assim, mas que o conhecimento tornar-se parcial, dando perspectivas diferentes da mesma verdade, para os mesmos fatos, diferentes versões, para as mesmas histórias, profundidades diferentes, para cada pessoa uma chave para a verdade, para cada verdade uma encruzilhada, para cada decisão um caminho, para cada escolha um resultado, e para todas elas uma vida.

sábado, 12 de abril de 2008

Crise de consciência

Dia desses escrevi um texto sobre crise de consciência, e ele se apagou, e eu resolvi deixar a crise toda passar para que então eu pudesse escrever com a cabeça mais fresca.
Tudo começou em virtude de mistura de vida pessoal com profissional. Isso gerou uma situação um pouco complicado com um amigo, pois estive no limiar para perder a sua amizade, mesmo sendo contra a minha vontade e minha consciência tive de me calar com relação a um acontecimento.
Depois de um tempo consegui reverter a delicada situação e manter a amizade e isso foi o mais importante.
Em diversos momentos em nossas vidas nos vemos sendo colocados contrários à nossas próprias convicções ou fé, e para sobrevivermos no mundo coorporativo precisamos alargar os limites destas para não sofrermos demais. Não acredito na possibilidade de perder todas as fés e convicções em nome de carreira, prezar os amigos e os pilares são essenciais para sobreviver no fim, poder olhar para trás e verificar que o que foi feito tem tudo a ver com você.
Deve ser estranho ver suas realizações e não se reconhecer, não ver sua sombra nos próprios atos e passos, não se reconhecer no reflexo do espelho ou de sua história. O processo de auto-conhecimento ao é um passeio por uma estância hidromineral de águas mornas, é um árduo caminho e longo, que pode ser dificultado ainda mais se tivermos de escolher caminhos apenas pela vontade alheia e circunstâncias financeiras.
Nem sempre é possível manter essa tranqüilidade em 100% do tempo e da história, mas é essencial que isso aconteça na maioria do tempo e da biografia de qualquer ser humano.
E você, tem essa tranqüilidade?

sexta-feira, 4 de abril de 2008