segunda-feira, 26 de maio de 2008

Crise de tolerância

Esse fim de semana tivemos a Parada do Orgulho GLBTS em São Paulo, talvez uma das maiores do mundo (descontando os excessos de participantes criados pela empolgação dos organizadores), e é uma das maiores hipocrisias nacionais. Explico.
Li em algum lugar, alguém que disse algo do tipo: “no Brasil temos a maior parada Gay do mundo, e um dos menores número de gays assumidos, diferente da Europa, onde as Paradas são menores, mas existe muito mais orgulho em ser gay”. Pois eu concordo. Nosso país é um país hipocritamente liberal, com seu “latinismo” caliente, onde tudo é possível. Mentira.
Tudo é possível, desde que se tenha dinheiro e se faça tudo às escuras, onde todos os gatos sõ pardos, ninguém é de ninguém, mas o dinheiro, poder e networking fazem os escândalos sumirem das manchetes dos jornais e revistas, veja o caso do Ronaldinho, que a Globo resolveu “limpar” a barra, como se fosse vergonha ficar com pessoas do mesmo sexo. Todo artista Global quando pego descoberto agride seu “prestador de serviços” e nega conhecer o que estava “contratando”. Puta pode. Traveco não.
Nossa pseudo tolerância brasileira para todas as culturas e opções não passa de falácia humanista e popularesca do imaginário nacional. Nosso povo não é assim, senão não teríamos Isabellas, Ronaldinhos, índios pegando fogo, presidiárias solitárias, ex-presidiários desempregados, velhos morrendo de solidão e pobreza.
Somos capazes de ajudar os desabrigados pelo terremoto na China, mas não movemos um músculo pelas crianças que fazem malabarismos nos semáforos das cidades “canarinhas”. Somos capazes de tolerar os judeus, árabes, ingleses, americanos, africanos, colombianos e outros povos, desde que possamos tirar algo deles, seja no poderio financeiro dos ricos, seja na escravidão dos pobres.
Nossa Tolerância com os “próximos” termina na proibição dos empregados domésticos de usarem a piscina dos condomínios brancos, ou da babá que cuida de nossos filhos de sentar-se à mesa no almoço, ou viajar na primeira classe junto com os patrões.
A tolerância desejada pela passeata GLBTS só será conseguida com uma coisa: educação! Sim, professores qualificados e bem remunerados, pais conscientes e que apóiem a instituição escola, um país que dedique política, dinheiro, esforço, honestidade na educação.
Os nazistas já provaram ao mundo que o desespero, ignorância e desinformação transformam qualquer povo do mundo em massa de manobra, imagine quando temos um curral eleitoral como o nosso o que não somos capazes de sofrer.
Nossa intolerância passa pela marca da roupa, da tintura do cabelo, do perfume, do carro, do CEP, da escola, da faculdade, etc. Quanto mais “qualificado” mais respeitado. Se for rico é homossexual, se for pobre é bicha ou viado. Se for rico é negro, se for pobre é preto, azulão. E assim por diante.
Nosso país traz misturas de diversos povos e culturas, com várias qualidades, mas se Darwin viesse aqui hoje, desconfiaria que em muitos casos a seleção natural escolheu os mais intolerantes, radicais e hipócritas. Não é isso que quero deixar a meus descendentes. Quero mais. Quero educação, saúde, emprego e TOLERÂNCIA às opiniões, opções, cor, profissão, saldo bancário. Quero tudo isso e arte, beleza, RESPEITO. Quero comida na mesa do povo. Não quero pão e circo, mas quero teatro, cinema, artistas populares e também os circenses e comida com qualidade.
Quero mistura e homogeneidade e unanimidade, mas não burra, mas de gente eudcada e inteligente, tolerante e que ame o país.
Essa semana foi a maior Parada GLBTS do ano no mundo.
Em 2009 queria mais orgulho e possibilidade de ser o que se deseja.
Quero tolerância, educação e arte.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Crise de Previsões

Os seres humanos gostam de poder prever o futuro e para isso usamos de diversos oráculos. Ora interpretamos nossos sonhos, usamos o tarot, runas, horóscopo, quiromancia, leitura do café, do chá entre tantas outras possibilisades para tentarmos entender os próximos passos que devemos tomar e o porque dos acontecimentos que nos cercam.
Dizem alguns historiadores que Deus não existe e que foi criado pelos homens para explicar o desconhecido, e que será substituído pela ciência de acordo com a sua evolução e sua racionalidade. Acho um pouco radical essa posição. Já presenciei inexplicáveis situações que a ciência não tem como conceituar em seus paradigmas.
A nossa necessidade de entender nosso futuro está intimamente ligado à nossa necessidade de controlar as situações e os nossos próximos passos. Como saber se determinada decisão é a correta ou não, a que nos trará o melhor caminho para o sucesso (pessoal, amoroso, profissional, etc)? Não há respostas fixas. Nem mesmo o melhor dos sábios poderá nos dizer qual a melhor possibilidade, apenas nos indicar um possível melhor caminho de acordo com experiências e conceitos humano.
O conhecimento formal apenas torna mais complexa as escolhas, já que a consciência dos reflexos destas traz mais pressão sobre todas as decisões, além de nos proporcionar mais decisões a serem tomadas. A grande massa populacional, já denominada de massa de manobra, não pode escolher muitas coisas, não sabe se quer escolher se deseja ou não mais um herdeiro ou mesmo em quem votará (já que num país miserável em educação como o nosso a grande maioria comercializa seu voto por um troco que mate a sua fome), e sem escolher não sofre.
Mas aos mais simples também é permitida a utilização das artes do ocultimo, muito mais sujeito ao charlatanismo do que ciência efetiva, para o campo que lhe é deixado para escolher.
Os ricos, pobres, cientistas e religiosos, idosos ou crianças, todos desejam a sua maneira uma fórmula para a correta decisão, para a solução do que lhe aflige. Todos querem controlar seu presente para um futuro certo. A questão está em qual o limite que você deixa para as surpresas da vida.
Acredito que muito de nossa vida já está escrita, pelo que vivemos e escolhemos e o que os outros fizeram em nosso nome, e acredito em destino...Já dizia o Mago: Maktub!
Então, paremos de sofrer com nossas escolhas, pois muitas de nossas opções já foram escolhidas por nossas circunstâncias e não temos muito mais o que fazer.
Maktub!