domingo, 24 de agosto de 2008

Crise Judiciária

Dias atrás perdi um processo que tinha um advogado conhecido tomando conta. Não é a primeira vez que isso acontece, mas houve perdas por decisões judiciais e que não cabiam a nós recorrer. Este último caso, foi descaso mesmo. Explico.
Eu ingressei contra uma empresa que trabalhei pois eu fui explorado e saí por falta de pagamento de salário e despesas, e nada mais justo que cobrar. Na 1ª audiência cheguei atrasado por conta do trânsito e do exôdo urbano diário agravado por um acidente numa das principais vias da cidade. Foi marcada nova audiência, e embora eu tivesse enviado número de celular e ele ter acesso aos meus e-mails, endereço, etc., ele esqueceu de avisar-me sobre a audiência, e marcar o horário para que pudéssemos nos encontrar e ajustar os últimos detalhes. Ele não o fez pois esqueceu de anotar meu novo número de celular.
Resultado para mim: prejuízo.
Resultado para ele: nenhum, exceto que é um profissional que não indico a qualquer amigo ou inimigo, e que se souber de alguma oportunidade de trabalho não é a pessoa que será indicada.
É claro que esse momento seria interessante receber os meus direitos, mas não receberei, e com certeza recuperarei isso em pouco tempo, não é disso que minha vida se tornará uma catástrofe financeira... é claro que dinheiro a mais nunca é mal, mas eu supero... o que não sei se acontecerá com ele, pelo simples motivo que a falta de habilidade profissional o fará perder a confiança de clientes, e numa profissão super disputada isso será um degrau a mais para descer.
Realmente gostaria que ele e recuperasse disso, e aprendesse com esse erro, nada de errar o mesmo erro duas vezes, pois a primeira vez é humano, a segunda é burrice.
O problema dos profissionais atuais é que eles não aprendem com seus erros, não se empenham em melhorar, estão todos em inércia constante, principalmente a carreira jurídica, recheada e povoada de profissionais incompetentes.
Vejo muitos colegas reclamando da qualidade salarial da carreira, da falta de oportunidades, de marasmo profissional, mas nenhum deles têm objetivos definidos, não sabem o que querem, nem onde querem estar... o não saber como chegar é normal, mas sem os meios pode se chegar ao fim, mas nada adianta ter os meios e não um ponto de chegada... a falta de objetivos transforma os formandos atuais em pessoas e profissionais cretinos que vemos as consultorias de RH recheadas por ae.
Esses profissionais deveriam aproveitar esse exodo urbano todo e se juntar para ir a lugar algum, mas longe de mim. Sério, me irrita burrice e incompetência. Nada pior que isso. Outros defeitos podem ser corrigidos, mas esses não. é natural, é genético, é cultural, é intrínseco à alma profissional e pessoal das pessoas, lutar contra isso é a piracema do ser humano, alguns podem conseguir, mas muitos ficarão pelo caminho derrubados pela seleção natural.
Perdi o processo pois não fui na audiência no processo que promovi. Perdeu a justiça que não pôde fazer a empresa pagar pelo seu abuso do poder econômico. Ganhou a empresa, que saiu impune, mais uma vez, pelo que fez aos seus funcionários.
Que tudo encontre a ordem natural do mundo, e seja feita a justiça.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Crise de exodo urbano

Uma amiga diz que vive no maior êxodo de toda a história... eu não a entendia o que ela falava. Trabalhava perto de casa e não sentia todo esse movimento da cidade... Hoje entendo e me espanto com a quantidade de carros na rua, não é normal o rádio dar a notícia com um certo prazer sádico de anunciar 200 km ou mais de congestionamento. Toda uma cidade em margem lenta.

Tenho pensado no que é o transito e quem é o culpad. Bem, o capitalismo tem toda a culpa sobre isso, explico:

1) todos desejam ter carros para ostentar seu poder aquisitivo de pagar 72 parcelas a 2% ao mês
2) as fábricas de automóveis querem quebrar recordes de vendas e lucros
3) as empresas de petróleo querem vender mais combustíveis e ter mais lucros
4) os vendedores das vias, que lucram com os salgadinhos sem-vergonha vendidos por ae
5) os fornecedores de salgadinhos sem vergonha, que querem vender mais e fazer lucros
6) os motoboys que querem vender seus serviços rápidos para os funcionários parados no transito e ter mais lucro
7) as empresas farmacêuticas, que precisam vender remédios de pressão e para infarto
8) as construtoras que reformam as vias públicas destuídas pelo pesado trânsito de veículos
9) as TVs, rádios e demais meios de comunicação que lucram com a audiência quando anunciam os recordes de trânsito
10) os anunciantes dos meios de comunicação que fazem propaganda nos programas que anunciam o caos no trânsito
11) as academias que ganham com pessoas presas no trânsito e resolvem fazer academia
12) shopings, cursos e afins que faturam com as pessoas que precisam desestressar do transito gastando...

poderia ficar aqui falando muitos outros motivos, mas o transito da rede me faz para no próximo semáforo...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

crise de saúde

Acabo de receber uma notícia triste, um familiar, uma criança passou por uma séria cirurgia e está internado na UTI de um hospital muito longe de onde estou agora. Isso me entristece por vários motivos.
O primeiro motivo é que neste momentos percebo quão ruim é estar longe da família, para dar apoio ou receber quando necessário. Normalmente família é sinal de muita confusão, barulho, intrometimento, brigas, risos, choros, e tudo mais a que se tem direito.
O segundo motivo é uma certa inconformação sobre o porque de uma criança precisar sofrer esse tipo de coisa. Eu acredito em reencarnação e carma mas mesmo assim é difícil entender o sofrimento de alguém que nesta vida não fez mal a ninguém, não causou sofrimentos ou qualquer coisa do tipo.
Tantas pessoas que nesta vida provocaram tantas desgraças e sofrimentos e que sorriem para todos e aproveitam o mundo, em sua versão mais requintada que me causa dor ver uma criança passar por isso.
Imagino o que passa pela cabeça dos pais neste momento de sofrimento e ansiedade, de quanta culpa devem estar sentindo, pelos presentes que deixaram de comprar, pelos passeios que deixaram de fazer, pelas risadas que deixaram de dar, pelos momentos perdidos do filho e que não terão nunca mais.
Pode ser que não passe de um susto, com um final feliz, mas que só terá efeitos positivos se mudarem as atitudes, para que da próxima vez que um susto acontecer não passem por essa ansiedade novamente.
Não digo que eles são maus pais, nem que todos os pais que passem por isso sejam bons pais. São humanos e erram e acertam, mas nos momentos de medo visualizam apenas os seus erros.
Já, no passado, a família perdeu uma criança e foi duro superar. Não é fácil, mas não é impossível.
A alegria do apoio da família é incontestável, mas incondizente com a dor do momento. Mas é o que permite continuar.
A esperança da cura é o motor da fé, que a própria ciência já admite ter efeitos inexplicáveis sobre a saúde das pessoas, mas como criar esse sentimento em uma criança que não entende o que acontece.
Uma criança deveria ser poupada, até o momento em que, num dia, com mais consciência do mundo descobriria o carma de sua vida. Toda criança deveria ser absolvida dos seus pecados passados, até entender o mundo. Todo adulto deveria proteger esses pequenos seres (neste caso, mesmo sem os itens anteriores é lei e mantém a sociedade em ordem). Casos como os Nardoni, se comprovados verdadeiros os fatos alegados, devem ser punidos em todos os sentidos, no humano e no cósmico.
Mas na próxima encarnação, esses seres capazes de tais atrocidades, deveriam, na próxima oportunidade, um período de adaptação a esse mundo.
Só me resta rezar que este susto na saúde da pequena criança termine da melhor forma, e seja apenas mais um capítulo com final feliz na história da família.

domingo, 3 de agosto de 2008

crise de estrelas

Essa semana, num vôo de volta para casa à noite, fiquei observando pela janela do avião e vi muitas cidades no caminho que não conheço e que provavelmente nunca conhecerei, por falta de tempo, oportunidade ou mesmo indicação. Mesmo me prometendo conhecer um novo lugar a cada ano, o tenho feito, à trabalho, mas também preciso fazer por prazer.
Mas no caminho, vendo aquelas luzes acesas e o céu sem estrelas senti como se tivessem invertido as idéias do mundo, como se o céu fosse a terra e a terra fosse o céu. Como se louvar ao superior tivesse virado uma clausura ao nosso umbigo, o mais importante é o nosso eu individual e não mais o coletivo, pelo menos no Brasil, e percebo que no mundo capitalista isso não difere muito, com algumas exceções esporádicas e culturais.
Peguei-me pensando nas vidas de cada uma daquelas estrelas que representava cada luz acesa nas cidades, e nas sociedades das constelações ligadas por estradas invisíveis na escuridão da noite. Em quantas alegrias e desgraças cada uma delas deveria estar, a solidão de algumas e a confusão de outras em condomínios verticais. Vi luzes das cidades iluminando o céu que não retribuía com o brilho das estrelas ou da lua.
Há tanta coisa invertida nesse mundo, que o amor não é mais valorizado, exceto se for o amor por uma roupa da próxima coleção de NY, Paris, Tókio ou SP, não se ama ao próximo, não se ama a Deus, Jeová, Buda, Santos, Anjos, Deuses ou outras entidades que nos embutem uma certa carga ética, não se ama sequer o país, tentando todos a tirar proveito próprio da “pátria amada Brasil”. Todos desejam fama e riqueza, mas não se olha a luz vizinha, se ela está se apagando de tristeza, necessidade ou solidão.
Nós somos estrelas solitárias num céu vazio, e do que isso vale à pena?
Minha vida nas últimas semanas passou por mudanças radicais e situações intensas, e posso dizer que isso foi, em grande parte, por excesso de egocentrismo. Amor próprio é bom e protege do mundo, mas é preciso saber se deixar amar. Estou aprendendo isso. Deixar ser amado. Deixar que uma estrela se aproxime, e que junto com ela, cada um refletindo o brilho d’outro para que ele aumente e imunde os próximos com nosso amor. Estava tão preocupado com meu brilho que esqueci das outras estrelas. Não sou um monstro. Não sou um anjo de inocência. Apenas me deixei levar por emoções que imundaram meu coração com muita informação e meu ego se atrapalhou.
Amar e deixar ser amado, com sinceridade e intensidade é escolha, é oportunidade é felicidade. Não é fácil escolher. A liberdade d’alma e a liberdade de ser amado e amar, e voltar porque se ama. Deixar ir para voltar. Iluminar para ser iluminado. E então, o céu, sendo tão iluminado por luzes fortes pode voltar a ser o que era, nosso guia e a morada dos corações apaixonados.