segunda-feira, 25 de maio de 2009

Crise de Sujeira

Dias atrás eu estava indo trabalhar em outra cidade, e no trânsito parado da Marginal Tietê em SP pude ter tempo de observar a cidade.

Percebi que a cidade de São Paulo está suja, sem amor, sem uma paixão que faça brilhar seus olhos e faça pulsar seu coração. A cidade está abandonada à sua própria sorte (ou azar), pois seus moradores a maltratam diariamente, "24x7" como dizem os americanos.

São Paulo não tem as belezas naturais do Rio de Janeiro, as luzes de Paris, o charme de Veneza, a tecnologia de Tókio ou o Poder de Nova York. São Paulo é megalópole em sua riqueza, ounjância e cultura. Tem mais musicais que a Brodway, mais carros que Los Angeles, mais gente que muitos países do mundo.

A cidade é cultura no coração e dinheiro na cabeça, é onde se vem para ganhar a vida, fazer a américa, poderia ser dito pelos nossos antepassados, mas não é onde se vem investir uma vida no futuro, é onde se ganha dinheiro no presente para ser abandonada no futuro.

São Paulo pulsa, e tal como outra cidade, nunca dorme para acolher os que buscam refúgio em suas veias fétidas dos esgotos entupidos, e nas derrames de águas pelos boeiros abertos nas chuvas de verão. A metrópole se entorpece com o gás carbônico dos veículos que cortam suas vias rápidas e velocidades cada vez menores.

Locomotiva nacional perde fôlego com os abusos cometidos pelos seus governantes, escolhidos por um povo despreocupado com a sua casa, que abandona sua mãe na primeira oportunidade, daqueles que ignoram o passado e que repetem os mesmos erros de sempre, deixando cicatrizes nos rostos tristes dos seus mais pobres filhos.

A cidade que tem o metro mais caro da cidade, não respeita seus moradores menos abastados, joga-os a condições miseráveis para manter-se suprema na sua punjância desregrada da grifes internacionais.

São Paulo é puta dos teus filhos, que a violentam com tal intensidade, que só resto aos teus pais chorarem do alto dos templos e alicerces da cidade.

Mas esta mesma terra, tem seus bons filhos, que em minoria tentam valorizar os frutos colhidos, que amam as suas oportunidades, suas belezas raras, encondidas na alma de sua gente, na arquitetura dos teus criadores, na lição dos teus mestres, na inocência de suas crianças.

A cidade renasce das cinzas da poluição a cada nascente de sol para a esperança dos que nela chegam, para que o sopro de sua juventude na cidade possa salvar sua alma combalida.

A terra da punjancia, tenta fazer sobreviver seu colorido diante de tanto cinza e pixadores, que tal como bandidos, judiam daquela que os acolhe, e a cidade, como boa mulher de malandro continua tentando viver aos tapas e barrancos, sem derramar uma lágrima.

Ao me deparar com tamanho descaso, me peguei perguntando se valia a pena amar maltratada cidade... e após um pouco de reflexão conclui que cada um demonstra seu amor de forma distinta... só não entendo os que amam destruindo...

sábado, 9 de maio de 2009

Crise de Partidas e Chegadas

Dia desses viajando a trabalho a som de Maria Rita, ouvi a música Chegadas e Partidas (ou coisa que o valha) e fiquei pensando na vida, como uma plataforma e pensando nas pessoas e coisas que chegaram e partiram, e não pude deixar de concordar com a letra da música que o mesmo momento que para uns é chegada, para outro é a partida.
Temos isso em vários aspectos da vida. Precisamos sair de um emprego, nos despedir de amigos, da zona de conforto, dos animados almoços para poder partir para um nova oportunidade, para aprender mais, fazer novos amigos, vencer novos desafios. Às vezes essas escolhas podem nos levar à solidão do sucesso ou a repugnância do fracasso.
O mesmo acontece em outros aspectos de nossa vida. Perceba, quantas vezes precisamos deixar um hábito para trás porque ele simplesmente não cabia na nova situação? Choras porque não quer comer brócolis, porque não ganhou o presente desejado, beijar todo mundo numa noite de festas, fazer rachas na rua, passar horas na frente do videogame (alguns amigos ainda não passaram dessa fase), receber mesada, não ter responsabilidade, ser inconsequente, e assim por diante. Quando vamos amadurecendo, algumas características simplesmente deixam de fazer sentido. Não porque nos tornamos mais chatos, velhos, menos engraçados, mas a experiência nos faz mudar pontos de vista, analisá-los por outro ângulo, e aquela piada do ponto amarelo no meio jardim para de te fazer rir até chorar.
A vida nos faz elevar a barra de expectativas, de desejos, de desafios. Mas para permitirmos isso, o novo, o inovador, vencer o desafio, é necessário superar os antigos, o passado. Deixar partir, considerando o passado como um degrau para o próximo andar.
Dizem que não conhecer a história é repetir sempre o mesmo erro. E embora seja usado para explicar a importancia da história mundial, deve ser usado no microcosmos da nossa vida.é necessário deixar partir, apreender as coisas boas, aprender com os erros, dar um aperto de mão e abraço forte, e seguir seu caminho.
Isso acontece também na vida amorosa. Quantas vezes na humanidade alguém se apaixonou por uma pessoa diferente com quem estava se relacionando e com medo da partida, resolveu segurar-se com todas as forças ao trem que queria partir e a plataforma do momento. Quantas corações ficaram mais estraçalhados pelo acidente do que se tivesse partido em paz.
Isso já aconteceu. E acontecerá sempre. E muitos corações serão destruídos, dos que ficam e deveriam ir, dos que vão e deveriam ficar, e dos que quiseram segurar os que partiam e os que ficavam.
A coragem para dar um passo adiante não é pequena. O ser-humano busca o conforto, a paz, não há coração que resista ao perigo sempre, que deseje estar sempre apaixonando-se, mas do que vale a pena se não é sincero o que você sente com quem está do seu lado. Claro, não se deve cair de cabeça em qualquer aventura, é necessário a ponderação, o meio termo, a paz de espírito, mas porque não alinhar isso com a paixão, com o amor, com a emoção de renovar, e com a sobriedade de deixar partir para que o novo entre.
Aprendi certa vez que a cada roupa nova comprada ou ganhada, devemos dar uma antiga. A mesma coisa deve acontecer com o amor, com o trabalho, com as oportunidades. A Cada coisa conquistada, devemos deixar uma para trás. A cada novo sonhado deve-se deixar no passado um sonho realizado, não devendo se gabar das conquistas do passado, mas orgulhar-se dos sonhos futuros, das metas realizáveis, do que está por vir, escrevendo em pedra os ensinamentos, e em areia as ofensas e elogios, que só servem para criar um disformismo de nossa imagem no espelho.
A questão toda, é deixar partir o que não queremos, para que possamos seguir ao próximo nível. Sem medo de fracassar, pois os fracassos só nos tornam mais fortes, e o sucesso só prova que nos tornamos melhores com o nosso passado.
É transformar nosa vida numa plataforma, deixando chegar quem quiser, mas liberando o embarque dos que desejam sair, e com um lenço branco, desejar, do fundo do coração que a viagem seja boa, e que a próxima plataforma seja melhor.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Crise de posts

nesses últimos dias comecei a escrever uns 3 posts, mas no meio eu me perco, não gosto, e apago tudo.