quarta-feira, 18 de abril de 2012

Os Cliches da Vida

Todas as vezes que eu pego a estrada sozinho acabo por vir pensando na vida, e isso tem acontecido com certa periodicidade, já que ando com residência em duas cidades (Santos e São Paulo), a serra virou meu lar e meu conselheiro...

Hoje, subindo a serra, debaixo de neblina, e ao som do Iphone no carro, fiquei pensando na minha vida amorosa e nos clichês musicais... e descobri que nesse assunto eu sou clichê também... e sou como ninguém...e posso contar a minha vida na montagem de frases de algumas músicas (em montagem livre), e isso num parágrafo, e ficaria algo como:

Certa vez convidei alguém para conhecer meu infinito particular, ver que eu não sou difícil de ver, é só querer.. mas então a paixão derrubou a razão, e eu de uma forma fiz com que você saísse pela porta e da minha vida, com o coração quebrado, desejei que por muito tempo você voltasse e consertasse ele, que fizesse eu enxugar todas as lágrimas que eu chorei... hoje estou perdido, mas não quer dizer que não vou achar o caminho, afinal só quem já teve um coração partido sabe como é. Hoje eu ligo para os meus amigos e todos estão fora, todos estão acompanhados, e descobri que você casou e realizou seus sonhos, e você já me dizia que o amor às vezes dura para sempre, mas às vezes machuca, mas não posso desejar menor que o melhor para você. Um dia desejarei dizer que isso foi amor, e que acabou, que as lágrimas do meu travesseiro secaram, mas que se você me chamar, eu estarei lá, é só chamar meu nome, que eu estarei lá, talvez para tentar te ajudar a se recuperar, quando o que você queria, não era o que você precisava, quando você precisar de ajuda, mas hoje sou eu que precisa de alguém para me ajudar a pegar uma música triste e transforma-la numa coisa melhor, enquanto isso não acontece eu voltarei ao luto, até que eu consiga me reabilitar e amar de novo. Mas no fim, se chorei ou se sorri, o que importa é que eu fiz o meu caminho e as emoções que eu vivi até chegar aqui.

Talvez eu tenha sido clichê demais no texto, mas o que quero dizer é que as músicas de sofrimento e de amor são histórias comuns em todo o mundo. Seja em Chinês, Japonês, Húngaro, Inglês, Espanhol, seja pop, rock, sertanejo, ou clássica. As histórias de sofrimento e traição, de amor e perda, de reencontro e perdão são iguais em todas as culturas, e hoje eu sou um clichê. Mais do que eu gostaria de ser.

Ando aprendendo muito ultimamente, mas o que eu tenho tomado consciência é de que um dia você precisa da sua conclusão... é necessário dar um passo adiante, se forçar a esquecer, dar-se a oportunidade de amar novamente. Não que isso seja fácil, mas é talvez a única coisa que valha a pena ser feita.

É interessante ver como nossas vidas mudam de forma intensa, mesmo quando achamos que está tudo igual, e na Grécia já se sabia isso, quando lemos que "Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmo estado; por causa da impetuosidade e da velocidade da mutação, esta se dispersa e se recolhe, vem e vai. (Heraclito de Éfeso)" sabemos que tudo mudo, e tudo passa... mesmo quando temos a certeza que afirmar isso é clichê, não podemos discordar.

É interessante olhar no espelho e encontrar pequenas rugas nos meus olhos, saber que aquilo ali é a marca das coisas que eu vivi, é ali que estão os degraus para atingir o meu interior e me descobrir. É interessante olhar para dentro de mim, e ver, o que mais ninguém pode ver, e descobrir que sou mais clichê do que eu imaginara ser, apesar de toda vida diferente que levo, dos lugares que freqüento e tudo que já fiz. Sou clichê de corpo e alma quando o assunto é amor.