terça-feira, 24 de setembro de 2013

Os novos 20 e um Festival de Rock

Se os atual 30 são os antigos 20, e o festival de rock completou 30 anos agora, porque me senti tão cansado depois desse festival?

Ir no Rock In Rio 2012 foi uma experiência excitante, reveladora, e ao mesmo tempo cansativa. Claro que a maratona: trabalhar até mais tarde alguns dias antes, dormir pouco, passar algumas horas no aeroporto, não comer direito, correr, ficar em pé o dia todo, ver um show de rock pesado e dormir menos de 6 horas por noite em um final de semana prolongado pelo festival não é fácil para ninguém, mesmo quando o assunto é diversão, praia e calor.

A idade começou a pegar. Dois shows grandes com diferenças de menos de 5 dias (Beyoncé num Domingo e RIR numa Quinta) é para poucos adolescentes de 20  e poucos anos, imagina para um cara de 30 e muitos.

Isso não é uma lamentação, de longe. É apenas uma constatação. Por mais que meu pique e animação estejam no auge da empolgação, meu corpo não consegue acompanhar o mesmo pique, claro, talvez um pouco reflexo do descaso que tive com ele ao longo dos anos, em que priorizei outros prazeres da vida: comer e beber bem, ler, ver filmes, ver a vida passar, passear, curtir os prazeres de uma forma mais relaxada, e isso fez com que os exercícios fossem deixados em segundo plano, enquanto o corpo aguentava sem a manutenção, tal qual carro zero, o uso excessivo.

A conclusão do fim de semana de uso excessivo é que embora ainda seja um carro em excelente estado e muito valorizado no mercado, com excelentes itens de conforto e alto índice de performance, é o momento de um tratamento mais cuidadoso com ele.

Sobre o Festival RIR que completa seus 30 anos e que também entra na crise, e que, como todo ano, se houve muito blábláblá sobre não ser mais um festival de rock, mas de pop, de sei lá o que... ele nunca foi de rock, metaleiro, ou seja lá o que for... ele foi, e sempre será, um festival de música, eclético em sua essência, irregular em sua execução e divergente nas avaliações a seu respeito. Quem foi no primeiro fim de semana repudiou o segundo e vice-versa. Ou, como eu, aceitou, divertiu-se, e aprendeu com novos movimentos musicais.

O RIR é a essência da música atual, é um recorte do que está tocando no mundo, faltaram artistas que eu acho essenciais, mas que talvez por falta de agenda ou porque no momento que o programa foi criado não estavam bombando alguma música para fazer vender ingresso, mas isso não tira o mérito do festival. 

O Festival tem um "quê" de um cara de 30. Paga-se um preço razoável, por apresentações boas, numa estrutura legal, do que está na moda, com mistura, diversidade, moda, e gente bonita. 

Se fosse um "cara de 20" seria de graça, bagunçado, lotado, bêbado e sem comida. Já se fosse um "cara de 50" teríamos orquestras, requinte, cadeiras, camarotes, carros caros, disputas de egos.

Aos 30, misturamos um pouco de tudo, e tivemos a bagunça e requinte, com bom preço. Estávamos ali, em crise, com tudo... nos divertindo como crianças... depois de 2 semanas de muitos shows, todos acordaram nessa segunda com a ressaca dos erros de organização que precisam ser melhorados para 2015, mas isso tem tempo para fazer... agora será tempo de férias e descanso, porque o corpo, ah o corpo... esse não é mais o mesmo...