sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Crise do que poderia ter dado certo

Sempre, nessa época do ano, todos fazemos um balanço do que aconteceu em nossas vidas e planejamos os novos passos, os projetos que queremos concretizar no ano que se aproxima... o reveillon tem o efeito renovador de esperanças e energias, é o momento mágico em que esquecemos o cansaço de tudo que passamos e ficamos prontos para encarar tudo que esta por vir.

Aproveitando a época e o fato da minha licença médica, resolvi organizar umas fotos no computador e revisitei alguns momentos da minha vida e pessoas que passaram por ela e fiquei pensando: será que poderia ter sido diferente? era o amor da minha vida?

Faz tempo que desconfio do amor puro e sem nenhum interesse secundário, há muito mais do que a simples magia holywoodiana nos relacionamentos que vejo por aqui, há outros interesses... sempre.

Mas nessa reavaliação fotográfica sempre fica a dúvida se aquele momento de felicidade captado em alguns pixels poderia ter se prolongado pelo resto da vida, se o amor da minha vida está ali, naquela pasta digital do meu notebook, se aquele sorriso capturado naquele instante é o sentimento real do momento.

É fato que a felicidade é efêmera, de um modo que não gostamos, e que nas fotografias queremos transparecer o nosso melhor, escolhemos o angulo, ajustamos o sorriso e mantemos ate que o flash se apague no milésimo de segundo seguinte e depois disso, tudo volta ao normal, sem choro nem vela.

Olhando esses momentos aparece a dúvida se aquele momento, que parece irreal, teria se prolongado, onde perdemos a conexão com a felicidade, o que nos fez perder o rumo do relacionamento, porque mesmo terminamos com alguém que nos fazia tão feliz. Era, aquela pessoa que nos fez tão feliz naquele momento, o amor das nossas vidas, dispensado por uma questão menor que não conseguimos superar no passado, e que nos faria tão felizes até o momento presente?

É claro que essa dúvida coexiste com todas as pessoas do nosso passado, o que, de certa forma, nos conforma, pois, mesmo contradizendo o meu conceito de amor rodeado de interesses, apenas com o amor que vale a pena do nosso lado não existe a dúvida, sabemos que é a pessoa certa, com quem conseguiremos superar todos os problemas e evoluir num relacionamento até que a morte nos separe. 

Enquanto resta a dúvida de poder ter sido perfeito é porque ainda devemos prosseguir solteiros. Com a esperança de que um dia teremos a certeza de que estamos acompanhados da pessoa certa, pelo resto de nossas vidas, ou até que o próximo flash fotográfico se apague.

sábado, 2 de outubro de 2010

Crise da Lei natural

Um dia ou outro acabamos nos separando das pessoas com quem convivemos, seja da família, seja dos amigos ou dos colegas de trabalho e isso ocorre por diversos motivos, pois temos uma vida agitada e deixamos de ver os amigos, porque mudamos de casa, de Estado ou de País. 

Partimos porque a vida nos leva para novos caminhos, tornando nossos encontros pequenas paradas em estações da vida, paramos, deixamos algumas pessoas, nos encontramos com outras e embarcamos no próximo trem, para mais uma escala de viagem. Algumas pessoas que achamos que ficaram lá atrás, percebemos que estão no mesmo trem, alguns vagões atrás, mais longe do que gostaríamos, mas nos acompanhando sempre.

Algumas despedidas são apenas momentâneas, pois encontraremos aquela companhia numa estação logo ali na frente, outras são eternas, em que vestimos nossas roupas de luto e deixamos rolar lágrimas de despedidas de quem nos é tirado no meio do caminho, sem pedir autorização ou dar adeus de forma correta.

A ordem natural da vida é que os filhos enterrem os pais e esses enterrem os avós, que enterram os bisavós, e assim sucessivamente... mas o que fazer quando a regra e quebrada? Como superar a dor da perda de um filho, quando se sabe que ele está no auge de sua juventude, com tanto a conquistar, conhecer, aprender, e às vezes até chorar? Como superar a dor da perda de uma jovem alma? 

Vejo pessoas desoladas enquanto choram seus cadáveres ausentes de rugas, com cheiro do leite na boca, com a virgindade de maquiagem no rosto ou sem ter experimentado o cheiro do pós-barba e não sei como confortar suas almas, o que dizer, além de desejar meus mais sinceros pêsames e rezando para que o seu Deus, independente da religião, consiga confortar aquela alma despedaçada e que um dia reduza a dor daquele coração a uma saudade intensa mas rodeada da alegria da memória dos bons momentos.

Lidar com perdas não é fácil, mesmo sabendo que ainda terá a chance de encontros ocasionais pela vida, em que se poderá retomar o relacionamento naquele exato ponto em que foi deixado algumas estações atrás, que em algum momento de vida tudo poderá ser reativado a partir de um café, um almoço, um encontro que pode ser mágico em diversos aspectos e nos salvar da solidão.

Contudo, as despedidas eternas que não nos permitem manter a esperança desses encontros casuais e mágicos e nos deixam tristes,  mas não podemos ficar desolados com a sensação de descontinuidade da vida. Precisamos olhar diante das lentes de tristeza que usamos nesse momento e ver que algum dia o céu voltará a ser azul, o sol voltará a brilhar e os pássaros cantarão novamente.

As despedidas são necessárias, mesmo quando não as desejamos, mas a superação é essencial para se continuar a viver, mesmo que no começo tenhamos a impressão de que nada vale mais a pena.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Crise de 1 ano morando sozinho

Ontem fez 1 ano que mudei para o meu apartamento e fui morar sozinho. De acordo com os padrões do primeiro mundo, sai um pouco tarde de casa, já que não precisei sair de casa para fazer faculdade, pós-graduação, trabalhar, etc., já considerando como padrão os países latinos, saí prematuramente do ninho confortável dos meus pais.

Saí de casa em condições muito diferentes de muitos amigos que saíram de casa casados, com uma infra-estrutura montada, lista de presentes em lojas famosas, comemoração, álbuns, etc., no meu caso foi sem comemoração, sem vídeos para a eternidade, sem lua de mel... um dia sai da casa dos meus pais e voltei para o meu apartamento.

Vivia na casa dos meus pais como um paxá, sem obrigações financeiras para o sustento do lar, encontrando roupas usadas milagrosamente guardadas, limpas e passadas no meu armário, a cama que deixei de arrumar ao sair pela manhã esticada e arrumada ao fim do dia. Comida caseira, TV a Cabo, internet de alta velocidade, e outros luxos de classe média.

A vida sempre foi boa. Mas como ser humano, sempre insatisfeito, deixei tudo de lado e fui seguir a minha vida de solteiro na cidade de São Paulo, claro que mesmo morando só tenho uma rede de proteção na casa dos meus pais, que é sempre um porto seguro quando as tempestades desabam sobre a minha vida, é lá que encontro o conforto e tranqüilidade para esperar a calmaria e abundância que seguem aos desastres. Minha aventura solitária é diferente de outros que saíram de casa e seguiram para quilômetros de distancia dos colos materno e paterno.

Entretanto, mesmo no meu caso, tive de aprender a lidar com a organização de uma casa. Chegar em casa cansado e ter de colocar a roupa para lavar, esperar acabar, e estende-la. Ir ao mercado comprar comida, produtos de limpeza, água, sob o risco de passar fome e morar no chiqueiro a encontrar os amigos para aquele happy hour que você precisava muito ir para beber e relaxar da vida diária. Foi agora que descobri quão caros custam os meus luxos, e ter de escolher entre comprar aquele objeto de desejo que está ali ao alcance do limite do cartão ou simplesmente pagar a TV a cabo, empregada, condomínio, luz, gás, IPTU, seguro da casa, do carro, dos eletrodomésticos, etc.

Cada dia descubro que preciso comprar um novo objeto para a casa que eu não sabia da existência a 12 meses atrás. Para que eu preciso de facas diferentes, potes, abridores, molhos, temperos, cremes, etc., se antes tudo se abria, limpava, organizava, cortava, cozinhava, sozinho??? Para que tantos carnes e contas?

Embora pareça pessimista, não é. Neste último ano, analisando diversos aspectos da minha vida, percebo que amadureci, fui obrigado, com certa dose de suporte familiar, a enfrentar o mundo e sua burocracia, a tomar decisões que dependiam de mim, não pude mais ficar apenas observando os outros tomarem decisão por mim. Precisei decidir, escolher e pagar. Precisei resolver.

Morar sozinho, embora mais caro do que viver na casa dos pais, ainda é vantajoso. Crescer se faz necessário. A liberdade se faz presente. A responsabilidade se torna obrigatória.

No balanço do que aconteceu, eu tenho a certeza de que os ganhos foram extraordinários, embora as perdas tenham sido grandes. Sugiro a todos... parabéns a mim por ter sobrevivido a 365 dias sozinhos em casa!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sorte na Vida

Olhando para trás, depois de tanto tempo sem escrever, percebo que tantas coisas aconteceram na minha vida e percebo que sou um cara de sorte!

A questão está em definir o que vem a ser "sorte", pois muitos consideram que ter sorte é estar ali, no lugar certo e na hora certa, mas esquecem-se de que é essencial ser a pessoa certa também, na verdade é o aspecto principal da sorte, senão vejamos, do que adianta:

*  você estar no lugar onde o possível amor da vida está, se cruzam, mas você simplesmente não está pronto?
* você trabalhar numa empresa, abrir uma vaga maravilhosa para a promoção que você sempre quis, mas não tem os requisitos para tal (não fala inglês, nã fez aquele curso essencial, não estudou aquela matéria)?
* você tem a chance de explicar acontecimentos do passado, e renovar votos do amor, mas não está preparado para dizer as verdades essenciais?

A sorte está relacionada a estar preparado, é estar aberto às novidades da vida, às oportunidades de ser aluno novamente, para apreender novos conhecimentos disponíveis no mundo.

Eu sou professor de um curso técnico e me descubro aprendendo e apreendendo a todo momento com os alunos. Estou naquele exato momento de tempo e espaço transferindo uma dose mínima de conhecimento, mas absorvendo uma quantidade muito maior... sou consumido em doses fenomenais, saio esgotado energéticamente em 4 horas de aula, mas muito do desgaste é exatamente a quantidade de energia e conhecimento que eu absorvo, e isso consome, mas vale a pena, porque é ali um dos momentos em que me preparo para a minha "sorte".

Descubro a cada esquina que a vida me faz dobrar, a cada obstáculo que preciso transpassar que eu precisava daquilo para ir adiante, para o próximo desafio, tal qual o esforço que a borboleta precisa fazer para sair do casulo, é ali que ela se prepara para ter forças para voar. A vida é assim. Você se esforça para seguir adiante, para estar no lugar certo e na hora certa, sendo a pessoa certa, obviamente.

O engraçado é que, embora eu saiba disso, eu tenho a frieza para aplicar na minha vida profissional, no lugar onde a racionalidade impera. O problema é na vida pessoal. Quantas vezes eu estive na hora certa e no lugar certo para encontrar meu grande amor, e simplesmente não era a pessoa certa. Talvez tenha deixado a sorte passar em diversas oportunidades. Talvez todos esses momentos tenham sido simples preparação para este momento, e talvez este momento seja a preparação para o próximo.

A questão está em definir o que deixará por governar a vida: a ansiedade pelo futuro perfeito que pode se apresentar ou viver o presente em toda a sua plenitude, aceitando que a perfeição da vida é a imperfeiçao do agora.

Ter sorte é estar preparado agora para que a promoção ocorra e que o amor venha. É aprender com os erros e crescer para o futuro. É olhar em frente, sempre. Viver o momento intensamente. Guardar as lições no coração como lições apreendidas.

Os outros me chamam de sortudo, eu me considero vivido mas com muitas lições a aprender.

domingo, 20 de junho de 2010

Explicações

As férias no blog coincidiram com as minhas férias, realização de um sonho de criança e emendar numa louca rotina de trabalho e vida social agitada... tentarei voltar a programação normal essa semana!

Enquanto isso, torcendo pelo Brasil e a campanha pelo Hexa!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Soberba

De acordo com a Wikipedia "Soberba é o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais. O termo provém do latim superbia".

Fiquei pensando neste tema após ouvir a musica da Pink e que de alguma forma me tocou, talvez por ser esse o sentimento mais comum com quem tenho convivido ultimamente. Atualmente as pessoas estão tão preocupadas em ostentar o que tem, o que conquistam, que se esquecem de mostrar o que realmente são.

A soberba está tão instrínseca em nossa sociedade que apenas o fato de você levantar o tema já é fator de discriminação mais grave do que a diferença sexual, religiosa ou racial. É impossível não viver sem esse tipo de sentimento em nossa sociedade, pois é nele que demonstramos a nossa importância... mas a questão é a que preço.

Fico imaginando o que o povo pensa na ilha de caras, os motivos que levam um artista a ficar expondo-se de forma tão aberta senão para demonstrar quão melhor ele é do que nós, os simples mortais, que temos uma vida tão mais normal, insosa, desprovida de paixões e amores eternos e de vida feliz para sempre....

As pessoas estão tão preocupadas em mostrar-se descaradamente que é impossível preocupar-se em conhecer quem é internamente. É fato que para obtermos sucesso e felicidades precisamos, antes de sermos conhecidos pelo "público", de enorme nível de autoconhecimento, queremos sim ser visto pelas lentes alheias alegria e cores que nao enxergamos em nós mesmos. Queremos ser mais e mostrar muito.  Queremos manifestar ostensivamente uma imagem de revista de celebridades de sucesso, saúde e sorrisos plásticos.

Queremos mais que um "amor gostosinho", queremos propagar a nossa alegria com sorrisos vindos diretamente de propaganda de pasta dental. Isso não existe. A vida diária não é composta de glamour mas de transpiração, trabalho, sofrimento e um pouco de alegria sim.

O meu dia começa preguiçoso, com vontade de ter o direito de apenas mais 15 minutos na cama, um banho quente, um café rápido, um trânsito louco, um tanto de trabalho, uns chatos pelo caminho, umas risadas, cansaço, almoços rápidos e cheio de assuntos profissionais. Uns jantares com amigos, um cinema, uma festa, viagem... há glamour nisso? Fato que não, trânsito de volta, jantar ou lache sozinho, TV, notícias, seriados, banho e dormir sozinho! Existem bons momentos, e um esforço em transformar os maus momentos em suportável.

Ostentar um sorriso durante o dia é parte da profissão. Aguentar os malas, derruba o glamour. Ter uma profissão legal, gostar do que se faz, conquistar os sonhos...acabamos dividindo as conquistas com pessoas próximas e isso pode, indevidamente, parecer soberba e esnobismo. As vezes é mesmo. Outras não. Mas o fato é que na maioria das vezes é apenas uma forma de dizer aos que te cercam que você é melhor, que pode mais... talvez tudo isso seja apenas a representação animal de que podemos ser melhores provedores que os demais, que somos os "machos alfa" da sociedade e que merecemos respeito...

A soberba, é no fundo, apenas uma repetição dos nossos instintos... a questão é quando isso faz com que você descubra que ficou tão focado nas suas conquistas, sentindo-se tão autosuficiente que esqueceu de amar, de conhecer alguém... estamos numa fase em que é normal desculpar-se pela falta de um(a) parceiro(a) por culpa da carreira, trabalho ou estudos, desde que venha seguido de sucesso... viva a soberba moderna que nos transforma em "machos alfa" totalmente solitários e sem possibilidade de perpetuar os nossos genes...

Mas a questão mais profunda é como conseguir sobreviver nesse mundo sem usar da soberba, mas sem medo de aproveitar as suas conquistas com seus amigos e tendo um amor que valha a pena!

domingo, 28 de março de 2010

Soberb

I don't want to be the girl who laughs the loudest
Or the girl who never wants to be alone
I don't want to be that call at 4 o'clock in the
morning
'cause I'm the only one you know in the world that
won't be home

Ahh, the sun is blinding
I stayed up again
Oh, I'm finding
That's not the way I want my story to end

I'm safe up high, nothing can touch me
Why do I feel this party's over?
No pain inside, you're like protection
But how do I feel this good sober?


I don't want to be the girl who has to fill the
silence
The quiet scares me 'cause it screams the truth
Please don't tell me that we had that conversation
I don't remember, save your breath
'cause what's the use?

Ahh, the night is calling
And it whispers to me softly, "you're to blame"
I hear you falling
And if I let myself go, I'm the only one to blame

I'm safe up high, nothing can touch me
Why do I feel this party's over?
No pain inside, you're like perfection
So how do I feel this good sober?

Coming down coming down coming down,
Spinning round spinning round spinning round
Looking for myself, sober
Coming down coming down coming down,
Spinning round spinning round spinning round
Looking for myself, sober

When it's good, then it's good
It's all good 'till it goes bad
'till you're trying to find the you that you once had
I've hurt myself, cried, never again
Broken down in agony
Just trying to find a friend
Oh

terça-feira, 23 de março de 2010

Crise do coração gelado

Sabe, depois de ouvir incansavelmente a música do George Michael, fiquei pensando nos motivos que fizeram eu me sentir tão tocado pela letra.

Como é normal, não cheguei a nenhuma conclusão, até porque a vida não é feita de respostas, mas de perguntas, questionamentos, devaneios, dúvidas... somos, sem sombra de dúvidas seres formados pela inconstância de nossas vontades, pelo incômodo do sossego dos nossos sentimentos. Esse combustível de dramaturgia viva nos dirige à felicidade por caminhos tortuosos.

A citada música fala do medo de um novo amor, que baseia-se nas experiências passadas de um romântico sofredor, daqueles que poderia morrer de tuberculose por ser abanadonado pelo seu amor para toda a vida. De alguém que sofreu tanto, que ganhou de prêmio um coração congelado.

Sou de peixes, e todas as minhas experiências íntimas, me fizeram, em algum momento, sofrer demais, mesmo nos casos em que eu dei causa do fim do relacionamento. O Processo de desligamento sempre foi dolorido, tomar a decisão, expor a posição, virar as costas e deixar a pessoa partir-se.

Independente da minha conjunção astronômica, estamos num momento social em que as pessoas tanto apregoam a solidão, o desejo para encontrar um amor eterno, em que as ferramentas digitais e as redes de relacionamento virtuais potencializam em milhares de vezes as possibilidade de encontrarmos pessoas com gostos, desejos, manias e características que tanto amamos e criarmos histórias efetivamente reais.

Somos, sem sombra de dúvidas, a geração de corações gélidos, em que temos medo dos relacionamentos efetivos e duradouros. Os solteiros e independentes são invejados pelos casados, com filhos, com aquela imagem de comercial de margarina tão repetida na TV e nas manhãs dessas famílias, enquanto nós temos medo de morrermos sozinhos e abandonados.

Será que a geração X - a que pertenço - ou a Y - que segue de perto - estão preparados para ter relacionamentos sérios e duradouros? Estaremos sempre insatisfeitos com o "amor" da semana, sem desejar o conjuge alheio, achando que ali mora a perfeição que tanto desejamos?

Estou num momento em que quero parar tudo, curtir delicadamente um relacionamento sério, ao custo de parte da minha liberdade, mas nunca da intensidade. Desejo um amor que me compreenda, mas que acima de tudo me deixe com a sensação de inconstância evolutiva, um amor que me faça ver minha qualidades, mas que acima de tudo aponte carinhosamente meus defeitos e dê força para a mudança, alguém que me force ao movimento quando necessário, mas que me dê colo quando a insegurança bater e que tenha um coração tão quente que faça a geleira que vive dentro do meu peito descongelar-se tão rapidamente que meu corpo todo será inundado de arrepios e paixão.

Acredito que um garoto da periferia também tem o direito de ser feliz... por isso, tenho esperanças que não é só a ponta do meu coração gelado se derreta, mas todo ele mostre-se capaz de alimentar as borboletas da minha barriga.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma Pausa Musical

O texto abaixo não é meu, mas diz muito sobre a vida:

I've had enough of danger

And people on the streets
I'm looking out for angels
Just trying to find some peace
Now I think it's time
That you let me know
So if you love me
Say you love me
But if you don't just let me go...

'Cos teacher
There are things that I don't want to learn
And the last one I had
Made me cry
So I don't want to learn to
Hold you, touch you
Think that you're mine
Because it ain't no joy
For an uptown boy
Whose teacher has told him goodbye, goodbye, goodbye

When you were just a stranger
And I was at your feet
I didn't feel the danger
Now I feel the heat
That look in your eyes
Telling me no
So you think that you love me
Know that you need me
I wrote the song, I know it's wrong
Just let me go...

And teacher
There are things
That I don't want to learn
Oh the last one I had
Made me cry
So I don't want to learn to
Hold you, touch you
Think that you're mine
Because it ain't no joy
For an uptown boy
Whose teacher has told him goodbye, goodbye, goodbye

So when you say that you need me
That you'll never leave me
I know you're wrong, you're not that strong
Let me go

And teacher
There are things
That I still have to learn
But the one thing I have is my pride
Oh so I don't want to
Hold you, touch you
Think that you're mine
Because there ain't no joy
For an uptown boy
Who just isn't willing to try

I'm so cold
Inside
Maybe just one more try...

By George Michael

domingo, 7 de março de 2010

Crise de Efemeridade

Ontem em uma viagem rápida pelo interior de SP, num dia de chuvas muito fortes encontrei muitos acidentes no meio do caminho, e dirigindo solitariamente pela Bandeirantes, fiquei pensando quão importante um milésimo de segundos pode ser importante na nossa vida. Um momento efêmero com um resultado impactante ao resto da vida.

Um acidente é o encontro desastroso entre duas situações que mudam o rumo dos destinos, pelo menos a via desejada. Ali, naquele momento fugaz nos vemos diante de uma situação que unca imaginamos ou desejamos em nossas vidas e precisamos, de alguma forma minimamente racional lidar com isso, como agir racionalmente e sem desesperar-se com os novos acontecimentos.

Alguns acidentes tem capacidade de impactar de tal forma a vida das pessoas que seus efeitos são devastadores na alma humana, com possibilidade de nunca mais ser recuperado, provocando um vazio no coração dos sobreviventes que nada, além do tempo, poderá ajudar a sorrir novamente.

Outros acidentes, embora tenham a importância de gravidade de causar transtorno, um certo prejuízo financeiro, trabalho, perda de tempo, serve para nos provar que não temos o dominio pleno de nossos caminhos, que as nossas decisões estão limitadas as opções apresentadas, e que ali, no percurso, teremos de nos deparar com uma situação totalmente independente de nosso livre arbitrio. Somos e seremos sempre vítimas do acaso, do destino que se apresenta naquele milionésimo de segundo em que as rédeas da vida se soltaram de nossas vidas.

Os acidentes mostram como as pessoas são em sua essencia. Diz-se que se conhece a educação de uma pessoa pelo jeito que ela trata o garçom, eu acredito que se conheça a alma da pessoa quando você a vê diante do inesperado. Ali, é exposto a sua essência, os seus sentimentos mais animalescos reprimidos pelas regras sociais. É ali, naquele momento, que não tem a duração da eternidade, nem a desimportância dos momentos importantes da história mundial que é mostrada a nossa decendência. Ali reencontramos nossos ancestrais não signatários de contratos sociais com Estados de Direito e demonstramos que a nossa civilidade nada mais é do que representação mal feita do que efetivamente uma questão genética.

Aquele momento pode fazer com os caminhos sejam alçados à felicidade ou jogadas á escuridão. A questão que tem me pertubado esse fim de semana, é como um acontecimento efemero pode mudar nossos destinos, desejos, anseios, tirar nosso sorriso do rosto e fazer jorrar uma cachoeira de lágrimas de nossos olhos expressando o desespero que nossos corações ficaram.

Os acidentes a sua efemeridades existem para nos provar que não temos controle de nossas vidas, e que apesar de tudo, somos pessoas com sentimentos, dos mais profundos, e que apesar do desespero que fere nossas almas, ainda teremos um pouco de dignidade ao deitarmos em nossas camas para descansar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Crise de insegurança

De vez em quando nos encontramos em algumas situações em que todos esperam de nós posturas e sucesso, temos torcida organizada, fã-clube e tudo mais, mas dentro de nós sentimos que as apostas são maiores do que a nossa capacidade.

Dia desses vi uma reportagem na internet que falava da insegurança das mulheres mais bonitas do mundo, de acordo com algumas eleições, e elas eram unanimes em dizer que sentiam-se feias, tinham dias ruins em que se achavam feias, etc., provando que são seres comuns. Os maiores executivos de empresas já deram declarações no mesmo sentido, em que em algum momento estiveram inseguros de sua capacidade.

As vezes nos vemos sendo arrastados pela força das circuntâncias para o alto e avante, mas enquanto somos alçados ao sucesso profissional, temos uma força dentro de nós que fica dizendo que tudo aquilo não nos pertence, é maior do que nós e a nossa capacidade. Temos um dispositivo cruel dentro de nós, que nos quer dizer: "tinha razão quando dizia que não daria certo", que pode, dependendo da nossa insegurança, ser vencedor e nos derrubar.

Atingir o topo só é possível para as pessoas que usam essa força para ter a certeza de sua fabilidade, e preparar-se para os desafios que virão, desconsiderando a possibilidade de achar-se um super-herói... os heróis são aqueles que tiveram medo e não paralisaram, que mesmo com medo, reagiram mais rapido que os outros, enfrentaram o perigo e conseguiram... muitos perdem-se no caminho, os mártires estão ae para nos provar que nem sempre dá certo.

Mas ultimamente tenho pensado muito nisso, como não deixar que essa voz paralisadora fique alta demais... estou numa dessas fases em que estou sendo alçado para o alto, e olho para o lado e vejo pessoas tão ou mais compententes que eu ficando para trás, mas por uma conjunção de fatores, como sorte, os ultrapassei, mas as vezes acho que não tenho motivos para merecer. Uma coisa de culpa católica, de que se você tem sucesso profissional as outras áreas da sua vida não podem estar bem, há a necessidade de um contrapeso de insucesso para justificar.

Além da força interna, faz parte do conjunto "sucesso" uma gama enorme de pessoas invejosas e que colocam o malfadado "olho gordo" que tira a perfeição da nossa vida... o engraçado é que as pessoas que nos invejam são aquelas que só veem o sucesso, mas não enxergam o esforço, energia e tempo gastos para chegar lá. So querem as glórias.... todos querem ser Ayrton Senna, mas não querem ser audaciosos, estudiosos, treinar, etc., dizem que ele chegou onde chegou por sorte.

Thomas Edson já dizia que o "sucesso é 99% transpiração e 1% inspiração"... e talvez possamos dizer que isso também é a sorte, estar preparado, na hora certa e no lugar certo... porque quando não estamos preparados, simplesmente não conseguimos enxergar as oportunidades.

Claro que o sucesso é relativo, você pode ser um professor de sucesso conseguindo que seus alunos apreendam a ser bons cidadãos, um excelente bombeiro salvando vidas, um faxineiro de sucesso, entre tantos outros exemplos que poderia dar de sucesso e poderia citar nominalmente tantos quantos exemplos forem pedidos, mas sem sombra de duvidas, varios deles recheados de inseguranças... mas a questão é enfrentar a nossa voz interna e os infelizes invejosos...

O que tem me incomodado ultimamente é saber a receita para enfrentar isso, principalmente quando se trata de energia externa... mas estou aprendendo e em breve darei uma formula aqui...