quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010!

Que venha 2010, com mais posts e menos crises.
Que venha 2010, com mais amor e compreensão.
Que venha 2010, com mais perdão e menos ódio.
Que venha 2010, com mais prosperidade e menos crise financeira.
Que venha 2010, com mais amor e menos solidão.
Que venha 2010, com muito mais carpe diem, todos os dias, para o resto de nossas vidas!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Crise de Amor Incondicional

Essa semana, finalmente assisti ao filme Marley e Eu, e posso dizer que apesar de ser piegas, com a exclusiva finalidade de fisgar os sentimentos do espectador o filme traz, ao final uma verdade incomoda: “o ser humano é incapaz de amar incondicionalmente”.


O ser humano analisa, antes de tudo, uma série de aspectos para poder amar, como o aspecto social, físico, cultural. Não casamos com o nosso primeiro amor, aquele inconseqüente, puro e despretensioso. Nos relacionamos com diversas pessoas, nos decepcionamos, perdemos a fé no outro e no amor, até que encontramos alguém que preencha requisitos menores. Romeu e Julieta foram intensos e trágicos pois era seu primeiro amor e não foi um casamento para toda a vida, e sua história não seria a mesma se eles tivessem sido divorciados.

Romeu e Julieta é uma história que só comprova quão inconseqüentes são os adolescentes, mas definitivamente não trata de uma história de amor maduro.

Casamos com aquela pessoa que nos faz sentir-se bem, que tenha uma boa família, que corresponda a alguns requisitos sociais do grupo a que pertencemos. Não há Romeus e Julietas na maturidade.

O Marley prova que só quem desconhece as regras sociais humanas, o socialismo e o capitalismo é capaz de amar o rico e o pobre, o feio e o belo, o homem e a mulher, o infante e o idoso da mesma forma, só um animal de estimação é capaz de idolatrar o “chefe da matilha” independente de qualquer fator, correspondendo em intensidade superior qualquer demonstração de carinho.

O ser humano quer mais e mais, quer ser amado sempre em porções maiores do que consegue amar. Quer demonstrações intensas de paixão, quer um suicídio, se possível, quer ser feliz até que a morte os separe, mas que isso aconteça de forma breve, prefere o drama de perder o amor ao desgaste diário do relacionamento.

Um animal de estimação espera alegremente o retorno do seu dono para casa, para desfrutar por 10 minutos de um afago carinhos, 5 minutos de caminhada no quarteirão e 2 horas de TV quietos, mas lado a lado, e uma noite trancado do lado de fora ou na área de serviço. 21 horas de solidão com expectativas para o que sobra do dia para ser vivido ao lado do ser amado. Nem entre pais e filhos há essa pureza no relacionamento, não após a pré-adolescência.

Quem em são consciência humana se bastaria com isso? E os restaurantes, roupas, presentes, viagens? E a família, amigos, sociedade? Deseja-se mais. E mais. E mais. Não há inocência nos relacionamentos humanos, que são dirigidos por sentimentos poucos nobres. Sempre haverá um interesse em jogo, nem que seja o do bom papo, da companhia agradável, as risadas, etc., haverá naquele relacionamento um interesse de reciprocidade, e ai de quem não corresponder e magoar o outro, pois estará destinado, impreterivelmente, à renegação e exclusão social.

Quem não quer um amor vira-lata, daqueles em que os interesses são menores em exigência, mas nobres em qualidade. Que demonstre alegria apenas com a sua presença, e que te ame intensamente, e que você pode amar sem medo de ser rejeitado.

Um amor assim, só mesmo nos contos de fada, mas que nunca teve uma boda de prata ou ouro documentada.

Talvez só os Marley e Lassies da vida possam no proporcionar esse tipo de amor, mas isso não nos impede de buscá-lo em todas as esquinas da humanidade, em busca do brilho de vida nos olhares perdidos dos zumbis que andam pelas ruas da vida.

Eu ainda acredito no amor, mesmo que seja de um vira-lata.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Crise da Partida

Hoje começarei o Post de forma diferente, com uma citação de Camões:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
O mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, as saudades. (...)”


Em diversos momentos da vida, precisamos nos despedir do presente, e dar um passo ao futuro. A decisão da partida não é fácil, sair da zona de conforto, das amizades contruídas, do relacionamento interpessoal, das funções e ações já conhecidas.

Despedir-se, dar adeus, um até logo seria dificil pelo simples fato de ter de abrir mão das coisas já conhecidas, mesmo quando não são tão boas assim, mas o organismo, a mente, o espírito já estavam prontos para aguentar o tranco.

Soma-se a isso o medo do desconhecido. Não conhecer os novos medos, os novos desafios, as pessoas em que conviveremos, o abismo que pode se apresentar a cada passo, a possibilidade de erro a cada gesto e palavra, ser analisado friamente pelos novos convíves, construir todos os relacionamentos do zero novamente.

Isso torna qualquer despedida muito mais complicada do que se pode supor, e isso ocorre desde o momento da decisão de partir a até o momento em que a saída ocorre efetivamente. Hoje a minha despedida é profissional, mas acontece em diversar situações: amoroso, afetivo, pessoal, familiar, etc. Mas um dia precisamos finalizar os nossos projetos para dar espaço às novas oportunidades!

Hoje dou um passo em direção ao desconhecido, tenho em mim uma mistura da tristeza da saída, e a alegria do desconhecido, a emoção por novos desafios, por jogar-me do avião de para-quedas, sem saber a altitude ou sem conhecer o equipamento de segurança, mas de fato nasci para isso! Meu brilho nos olhos só existe com os desafios, com o desconhecido, longe da burocracia diária, dos atos repetidos, dos erros comuns.

É preciso perder as amarras do corpo, para então ceder espaço às novas experiências, tirar a roupa velha do armário, renovar o visual, as idéias, aprender e apreender novos conceitos, reciclar é preciso para manter o coração batendo, e o cérebro pensando.

Que venham os novos amigos, as novas experiências, mas que o passado esteja marcado para que eu nunca esqueça os que me apoiaram, ensinaram, sorriram, choraram e conviveram.

Que este momento de despedida do passado, seja uma grande oportunidade de chegada!

Um grande passo para um homem é dado neste momento, talvez imperceptível para a humanidade. Mas Hoje é, para mim, um dia importante.

domingo, 22 de novembro de 2009

Crise de Post

Tem momentos que há tantas coisas mudando em nossas vidas que pouco resta para escrever. Não há, agora, um distanciamento necessário para racionalizar sobre os acontecimentos da minha vida e dos que me cercam.

Mas é certo afirmar que em alguns momentos tenho uma melancolia de tempos que não voltarão jamais, em que as responsabilidade eram menores, mas as amizades eram mais generosas e aplicadas e sempre ao lado. É tenho saudades dos amigos que não voltam jamais.

Enquanto digiro tudo isso, me dou o direito de calar-me por mais uma semana.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Crise de Amor

Dia desses conversava com alguns amigos sobre a existência ou não do amor e o que isso representaria em nossas vidas.

Eu sou cético com relação à existência de um determinado tipo de amor: entre os amantes. Entre um casal, independente da raça, credo ou opção sexual não há amor sem interesse.

Acredito, no amor entre familiares e amigos, desde que despidos de qualquer natureza de interesses comerciais, financeiros, ou de herança. Um pai ama incondicionalmente um filho e por conseguinte o seu neto. São amores que remotam ao momento em que não houve interesse promiscuo interferindo as relaçoes. É um amor de formação pura.

Quando falamos naquelas poucas pessoas que criamos laços efetivos de amizade, a coisa funciona com a mesma dinâmica, desde que não aja interesses outros que não a agrádavel presença da pessoa na sua vida, em que há pureza no sentimento, cuja interação surgiu por mera liberalidade e sincronia de energias. O amor entre eles nasceu puro e assim pode permanecer.

Entretanto, ao tratarmos de um casal, a coisa muda de figura. Não consigo vislumbrar um amor desprovido totalmente de interesses, que não o de convivencia. Há outros elementos no relacionamento, tais como, interesse sexual, de constituir família, de investir numa carreira, proteger-se da solidão, etc. São muito os elementos que regem um relacionamento entre um casal e um casamento. E todos esses interesses são o adubo, terra e semente daquele relacionamento.

É errado afirmar que um amor verdadeiro não pode nascer de um relacionamento nascido de interesse sexual. Quando se tira o tesão inicial, quando se imagina o outro numa cama, moribundo, precisando de ajuda, e não se tem duvida do desejo de estar ao lado, de ajudar uma vontade de cuidar, há, ali, um amor de verdade. É fato.

O amor, quando supera o inicio de visão turvada pelos interesses, quando se consegue abstrair das qualidades que ofuscam o menor defeito, quando começamos a delimitar pequenos defeitos da personalidade do parceiro, e mesmo assim não vemos a vontade de estar junto diminuir, estamos diante de amor. Caso contrário, teremos a máxima expressão da paixão, um sentimento regido por todas as qualidades que consiguimos enxergar, com prazo determinado (dizem que a paixão dura no máximo 3 anos) e que causa angústia ao coração.

O amor não é isso. É paz de espírito, confiança múltipla, é ver qualidade nos feitos, e conviver com isso. É despir-se de sexo, dinheiro e presente e vesti-lo com o futuro.

A minha história me fez ver que nem todos os envolvidos numa história de amor conseguem demonstrar na mesma sintonia e intensidade do sentimento. Um sempre ama menos que o outro, uma sempre envolve-se mais rápido que o outro.

Os meus relacionamentos me fizeram ficar cético com a existência de um amor duradouro. Talvez eles apenas tenham me preparado para um amor de verdade, com futuro promissor, em que terei vontade de cuidar no fim de vida, e com quem não saberia viver sem. Talvez aquela pessoa que cruzará meu caminho e me fará esquecer os anos que a solidão me acompanhou, em que me perguntarei como consegui sobreviver sem aquele sentimento na minha vida.

Vivo em uma das maiores cidades do mundo. Sou um cidadão cosmopolita, com acesso à informação e cultura formal de diversas formas, com acesso a pessoas bem sucedidas, inteligentes, e por isso mesmo, com um padrão de qualidade muito elevado. Busco a beleza interior e exterior, por mais que saiba que eu mesmo não estou num padrão tão elevado assim, não preenchendo todos os requisitos das fotos de propaganda e revistas de celebridades. Longe de mim. Tenho outros valores a agregar e entregar. Mas a primeira impressão é a que fica.

Mas claro, na busca de um amor, precisamos, sem sombra de duvida, de um interesse inicial. E é complicado preencher todos os requisitos de um cara cosmopolita. Perceba que não é uma situação pessoal, mas circuntancial das pessoas que me cercam, pois percebo a mesma ansiedade nos meus amigos e colegas.

Os amores que podem valer a pena, precisam de paciencia para quebrar o paradigma inicial, e mostrar que tem muito a oferecer. E que suas qualidades superam os requisitos da “ficha de inscrição”.

Talvez tudo isso mude semana que vem, quando posso cruzar com um amor para toda a vida, pois como disse um amigo: “o amor é como um jogo de memória, só tem fim quando todas as cartas corretas se encontram”. Espero que para mim o jogo ainda não tenha terminado.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Crise de Perfeição

Imagine-se na seguinte situação:
* vida familiar tranquila, e em paz, na medida do possível que uma familia pode ter;
* vida profissional caminhando de acordo com o previsto, em que você faz o que gosta, com as pessoas que admira;
* vida pessoal indo bem, com alguns bons amigos ao lado para o que der e vier, colegas para badalar, e oportunidade de conhecer sempre pessoas novas, interessantes.
*vida amorosa em stand-by, é verdade, mas sempre com possibilidades de encontrar um amor de verdade;
* saúde própria e dos que te cercam sob controle;
* independencia financeira.
Tudo isso somado ao fato de você ser a imagem do que sempre imaginou na sua infância, naqueles sonhos e discussões acoloradas do que você seria quando crescesse estar sendo consolidada com muito trabalho, sendo elogioado pela sua competência (claro, com cuidado ao receber os elogios), e com uma remuneração razoável dentro do mercado.
E derepente você se vê imaginando que não tem motivos para tanta alegria, e ja fica imaginando formas de se punir, nao criando situações de autosabotagem, se olhando no espelho e se achando gordo/magro, feio, alto/baixo, malhado/flacido, tudo isso demais, criando disformias da propria imagem, achando-se sempre longe dos ideias de beleza photoshop vendidos em todas as revistas da atualidade.
Você só consegue ver quem ganha mais, namora mais, viaja mais, consome mais, diverte-se mais, acha-se o últimos dos seres a ter direito a ser feliz como é, porque não é perfeito como o galã da novela das oito.
Cria armadilhas para culpar o motivo de não encontrar um amor, porque você quer a pessoa perfeita, do tamanho exato do seu sonho e nada menos que isso. Você deseja a perfeição no outro que não enxerga em si mesmo.
E então você entra numa crise de perfeição, pois você é exatamente o que sempre desejou, mas culpa-se pelo seu sucesso pessoal, profissional, pelas alegrias que teve, e pelas lágrimas que derramou, pelas rugas que começam a aparecer no canto do olho que declara os acontecimentos da sua vida.
Essa crise é quase uma condição católica-apostólica-cristã-latina que ve na alegria um motivo para autoflagelar-se, imaginando que na próxima esquina uma desgraça o espera para acabar com a sua felicidade. Talvez os povos protestantes ou budistas sejam mais felizes que nós, pois aceitam as condições que lhe são apresentadas de forma muito melhor, em que o sucesso é o resultado do seu trabalho com estar no lugar certo e não como uma forma de te castigar, e provar que você não merece nada do que tem.
Fico imaginando porque não podemos ser simplesmente felizes, e aproveitar os momentos de sucesso e conquista, e porque às vezes alguém vem, como quem não quer nada, dizer que tudo que você tem e faz nada mais é do que um signo da sua ostentação infantil.
Vejo tantas pessoas cobrando a perfeição que nunca terão, e descartando qualquer signo de felicidade, pelo simples fato de não se considerarem merecedoras da alegria plena.
Não vejo motivos para isso. Só eu sei os caminhos que percorri para atingir essa felicidade, as dificuldades que passei para ser o que eu sou e o quanto me custa não ser perfeito, e em tentar ser feliz sem cobranças. Mas claro, ainda tenho uma ponta de culpa, que me diz que eu não mereço nada disso, mas logo olho em volta e sei que mereço sim, pois a felicidade é o nectar dos deuses e a absolvição humana!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Crise de Catarse

E então anos mais tarde eles se encontraram num bar para beber, conversar e colocar o papo em dia. Ja fazia muito tempo desde o último encontro e muitas coisas tinham acontecido e mudado na vida daquelas pessoas ali reunidas. Tinham casado, separado, recasado, tiveram filhos, se deram bem num trabalho e se deram mal em tantos outros.

Foram anos bons e mas também anos duros os que se passaram, em caminhos tão diversos que nunca se imaginaria tão eclético grupo junto, com uma história comum, com um passado juntos. Foram os melhores amigos, e por ter acontecido durante a sua adolescência, foram cruéis um com o outro. Usaram apelidos, provocaram brigas entre si e se defenderam de outros. Fizeram as pazes, e seguiram caminhos que a vida lhes proporcionaram. Viajaram, conheceram o mundo, ficaram aqui e viveram suas condições.

Da mesma forma que perderam a intimidade do tempo, tem a intimidade da amizade que nuca fora perdida mas que esteve sob o estado de hibernação profunda, que é despertada a cada encontro, com um sorriso, um abraço apertado e sem barreiras, com uma cerveja na mão, e o brilho sincero de estar em boa companhia.

Eis que tanto tempo depois, com a maturidade na alma e o coração limpo, se desculparam pelas ofensas cometidas, pelas gafes, pela distância. Fizeram a Catarse de seus passados, e se prepararam para o futuro, e assim podem seguir suas vidas com um fardo a menos para carregar.

E então conseguiram tornar aquela amizade em indestrutível.

Obrigado aos que estiveram lá.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Edith Piaf – o pequeno pardal

Essa semana vi tarde demais o filme Piaf – um hino de amor, e se eu já gostava da Edith Piaf, hoje me apaixonei.

Ela foi a síntese do sofrimento de um artista, cuja alma não esta preparada para o mundo e sua crueldade. Uma pessoa que foi abandonada por todas as pessoas que a cercaram e amou por vontade ou pelo destino. Foi só, solitária, traída, intensa, diva, mulher, amante, esteve no céu, no inferno e no purgatório, esteve onde os mortais classe média nunca estarão.

Sofreu, sofreu e sofreu todas as dores dos amores que passaram em sua vida, desde o amor materno até o amor de seus homens e mulheres. Teve alguns amigos que se tornaram a sua família, que trocaram ao longo do tempo, e alguns que permaneceram por toda a sua vida, mas que apesar de tudo, ainda acreditava no amor ao final de sua vida.

Foi capaz, como dizia sua musica, de esquecer o passado, e que o bem ou o mal que lhe fizeram não importava, pois tinha o recomeço, o novo, uma vida pela frente, um ponto zero.
Talvez essa seja a síntese do desafio do ser humano na terra: ser capaz de recomeçar.
Normalmente nos vemos apegados às nossas vitórias do passado, os elogios, às magoas e derrotas, os amores e desamores que nos esquecemos de olhar para frente, e para a porta que se abriu em frente a nossos narizes, perdemos a oportunidade de nos recuperar, de termos um novo amor, pois deixamos nossos corações nos calabouços do passado, ali parados como que na overdose de demerol.

O reinício tão difícil em nossas vidas tão medíocres torna o nosso futuro tão impossível e improvável. Vivemos os ciclos dos acontecimentos em repetições eternas sem conseguir aprender 1 vírgula sequer, sem que isso seja esfregado em nossas caras por uma cartomante qualquer. Sem altas doses de fortes antidepressivos. Deprimimos-nos em nossa vida mais ou menos. Esquecemos do amor. Desistimos da felicidade pelo simples medo de sofrer uma decepção. De sentir a pele, o cheiro, o beijo e de um dia não ter mais nada.

Queremos a certeza da eternidade e a intensidade da paixão no mesmo pacote. Queremos você, ele, eu, o amor de novela. Mas não o risco. Nada de ônus, apenas o bônus da felicidade.
Piaf foi o que deve ser um grande artista, sensível até seus ossos. Sua artrite deve ter sido o reflexo da intensidade dos seus sentimentos, que não paravam na derme, epiderme ou endoderme, mas atingiam o mais profundo da sua alma. Nada de amores superficiais do tipo fast food, que se resolve ao fim dos 200 capítulos da novela, onde todos são felizes para sempre. Não isso na vida real. Romeu e Julieta foram mártires de um amor fugaz e a promessa da eternidade.
Cazuza, Maysa, Amy Whinehouse, Michael Jackson, Piaf, entre tantos outros artistas sofrem da dor dos amores vividos com intensidade não suportado pela delicadeza de suas almas de artista. E nos contentamos ver sua glória e desgraça, agradecendo aos céus por não termos sofrido dores tão profundas, e por nossas cicatrizes nos terem permitido continuar a viver.

Somos vítimas de nossos amores superficiais e sociais. Eu quero mais. Quero um amor eterno num reino distante, e que não seja levado pelo destino, mas que eu possa ter a alegria de manter ao meu lado pela vida. Quero a sensibilidade do poeta para entender o amor perdido, e a força para recomeçar do zero sempre que for preciso, independente do mal ou do bem que me fizerem, que eu tenha sempre um conselho a seguir, independente da idade, de amar. Sempre. Ame.

Mesmo assim acreditou no amor

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

The final goodbye

Essa semana ando meio carente, pois a um tempo estou em busca de um novo amor, para poder reescrever a historia da minha vida. É importante esclarecer que não fui o melhor dos homens no meu último relacionamento, em que errei os piores erros que poderia, mas descobri isso tarde demais.

Mesmo assim, fui perdoado. Mas não consegui conviver com a imagem dos meus erros deitado ao meu lado na cama. Foi demais para um perfeccionista como eu.

Hoje ouvi que encontrara um anjo que só trazia felicidade. Hoje me senti desamparado. Hoje tive vontade de sair correndo, e voltar ao passado e não cometer aqueles erros e quem sabe permanecer ao teu lado. Hoje gostaria de ter distanciamento dos fatos. Mas não consegui nada disso. Não poderei ter outra historia com a mesma pessoa.

Mas a minha vida nunca foi guiada pelo passado, e sim pelos fatos presentes e pela pretensao de um futuro. Hoje me livrei do último artefato que me prendia àquele amor que passou. Hoje dei fim ao símbolo do teu perdao e da minha vergonha que andava comigo na carteira. Hoje terminei o que devia ter terminado a tempos. Nosso relacionamento foi bem sucedido apenas pelo fato de eu ter me conhecido e descobrir que certos erros eu não sei cometer, que só pelo fato de ter cometido aquele erro, já deveria ter posto fim a tempos à essa história, que não pertence ao agora ou ao amanhã, e apenas ao ontem e antes.

Agora é o meu Adeus final da nossa história, com o nosso símbolo deixado para trás, em toda literalidade, numa rua em São Paulo. Não carrego mais aquele anel que eu ganhei. Hoje me livrei do meu pecado. Hoje me perdooei, pois sei que seu anjo irá te fazer feliz como eu nunca seria capaz de fazer. Hoje sem voce saber dei meu adeus final, e finalmente estou habilitado para abir meu coraçao para um novo amor que se aproxima. Sem você saber, hoje, me fez terminar a nossa história que vivia de forma platonica em mim, talvez por medo de ficar sozinho pela eternidade. Hoje terminei esse capítulo e começo um novo. Sou um novo homem, que continuará a sonhar.

Não é fácil deixar histórias de amor no passado, principalmente quando se está sozinho, é fato que o lívrio arbítrio neste caso fica prejudicado pelo medo da solidão, que embora nunca tenha feito parte da minha alma esteve me acompanhando nos últimos dias em que ocorreram tantas mudanças na minha vida. Se o próximo relacionamento ou os que vierem darão certo, não faço idéia, e essa incerteza oxigena meu coração que bate forte, provoca a sensação de borboletas no estômago, me deixa ansioso. Tudo pode acontecer, como sempre pode. Mas agora me divorciei do medo da solidão.

Desejo a você boa sorte, e a mim um amor que valha a pena.

p.s.: desculpem a carta tão pessoal, mas é a única forma de exorcizar o que ocorreu essa semana.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Youpix

Um homem em crise, mas sempre indo a lugares e conhecendo novas pessoas, novas ideias, e conhecendo a minha musa inspiradora deste blog: Rosana Hermann. Me senti um tonto falando com ela, como um fã, mas é a única coisa que consegui fazer... enfim, é desses papeis que vivemos a vida!

Rosana, muito Prazer!

domingo, 30 de agosto de 2009

Crise de Amor

Lendo um texto, que teoricamente foi escrita pela Oprah Winfrey, sobre os relacionamentos, fiquei pensando os relacionamentos de pessoas próximas a mim, e sobre os meus relacionamentos, e sobre o que o texto dizia.

Os relacionamentos dão certo, por um período, e podem acabar, por que um dos dois não estava na mesma sintonia que o outro, apaixonou-se por outrem, ou simplesmente porque a paixão acabou. Mas não quer dizer que não deu certo, por algum tempo eles foram felizes, compartilharam planos de futuro, situações do presente e lembranças do passado, dormiram de conchinha, e em camas separadas, brigaram, fizeram as pazes, amaram e se odiaram como só os amantes podem fazê-lo.

Quando terminamos um relacionamento sofremos profundamente, chegamos ao fundo do poço, que tem altura proporcional à profundidade do sentimento que nutríamos. Mas eles deram certo pois aqui temos a oportunidade de melhorarmos para os próximos relacionamentos, para que os próximos amores sejam mais bem aproveitados. Existe o risco de esquecermos do processo evolutivo e não se permitir amar novamente, não com intensidade, não do jeito que merecemos. O amor da nossa vida pode estar na próxima esquina, naquele beijo roubado, naquele telefone pedido. Mas para isso é preciso dar a chance e estar pronto para encontrá-lo.
Um relacionamento baseia-se na sintonia das duas pessoas, em estarem dedicadas a amar, e a ginástica para isso é dificil. Amar e continuar com uma pessoa é uma decisão que merece suor e lágrimas, é escolha, baseado na incerteza do futuro, mas na felicidade do presente. Conquistar todo dia o mesmo amor é complicado, pois o outro nos conhece bem, sabe nossas artimanhas, defeitos, fraquezas, sabe nossos limites, e às vezes nos conhece melhor que nós. Ter um novo amor por estação é renovador, mas é fácil, o nível de entrega é menor, não precisa expor-se, não precisa ceder um pedaço do coração, é confortável, não é preciso convidar a entrar na sua vida para sempre nem que conheça seu infinito particular.
É comum uma das partes demonstrar mais intensidade no amor que o outro, mas longe de ser amar mais ou menos intensamente, é amar diferente. Cada ser humano, de acordo com as suas histórias, tem um tempo para ir destravando todas as portas até o coração, outros tem mais facilidade em dizer o primeiro "eu te amo", mas nenhum deles está certo ou errado, mas está dentro das suas circuntâncias. Há várias formas de amar, cada um sabe expressar o seu amor de uma forma única, assim como há escritores, pintores, escultores com estilos diferentes, as pessoas amam de formas diferentes, mas nenhum artista é menos sensível que o outro, e há público para todos eles.
Há pessoas que desejam, como prova de amor, uma dedicação com 100% de investimento emocional e temporal do outro. Isso não existe. Temos amigos, família, carreira, estudos, trânsito, prazeres individuais nos hobbies, individualidade existencial, etc. Precisamos de um tempo longe, para essa liberdade nos prender, como cantou o Jota Quest, pois voltamos para quem amamos. Sabendo que há vida lá fora, e que voltar é decisão minha. Precisamos priorizar nossos amores do presente, sem compará-los ao passado ou aos amores platônicos perfeitos. Amar o objeto do nosso amor pelo que é e pelo que representa hoje, e nada mais.
Os amores podem ser de cinema ou novela, intensos, vívidos complexos, outros podem ser romances de verdade, da vida cotidiana, mais tranquilos, e nem por isso menos verdadeiros.
O Amor é heterogêneo, é belo, é profano, é santo, é intenso, é de pai e mãe, de irmão e amigo, é de um dia ou uma vida inteira, é água, terra, ar e fogo, tudo junto e agora. Mas é acima de tudo essencial, e por isso mesmo "invísivel aos olhos", e indefinível por natureza.
Por isso, mesmo tudo sei que meus relacionamentos passados deram certo. Pois aprendi muito com eles.

domingo, 16 de agosto de 2009

crise do elogio

Dia desses percebi quão dificil é receber um elogio. Uma crítica é praticamente intragável, mas é necessáriom, te faz crescer, ver por outro ponto de vista, principalmente se for uma crítica construtiva, e de alguém que você confia e gosta, mas qual a função do elogio?
O elogio serve basicamente para salvar o nosso ego dos abismos da auto-estimae infla-lo. Não precisa baseiar-se em criterios objetivos e nem na verdade, pode estar fundamentada exclusivamente na vontade do outro em puxar o saco ou ganhar a confiança. Os elogios são perigosos demais e deveria ter aviso de ser utilizado com moderação.
Vivemos num país que a imagem é o alicerce de muitas carreiras, personalidades, etc. E essas pessoas vivem cercadas de pessoas que não estão interessadas em dizer a verdade, mas de dizer apenas e exclusivamente o que o "astro" quer ouvir.
Muitas carreiras, em varios níveis são destruídas por isso, pois a pessoa acredita que chegou ao topo da carreira e do conhecimento e se deixa ultrapassar por qualquer novato inexperiente e burro por simplesmente se achar inatingível e incapaz de ter novas idéias. Diz-se que o Mundo se movimenta pelas perguntas e não pelas respostas, e quando se acredita fielmente nos elogios, esquece-se fazer as perguntas.
Esse é o problema dos elogios, acreditar que você é lindo, elegante, inteligente, inatingível, um semideus e que nada poderá te tirar do olimpo.
É bom receber elogios, mas é mais importante saber lidar com isso, e sobreviver dignamente com eles. Diz um ditado que os desafetos escrevemos na areia e os amores em pedras, eu acredito que os elogios devem ser tratados como os desafetos, e serem escritos na areia, para que o mar da verdade possa limpa-los com facilidade.
No passado, tinha muita dificuldade em aceitar elogios, sempre os negava, respondendo: imagina, não sou bonito/inteligente/bom nisso ou naquilo, o fulano é mais belo/inteligente/etc do que eu. Mas aprendi que os elogios, por mais cinicos e falsos, devem ser aceitos, digeridos, e eliminados, mas nunca levados como verdade.
Reza a lenda, que Cesar tinha um funcionário ao seu lado em todos os eventos públicos em que era ovacionado pelo seu povo, que ficava ao seu lado lembrando que ele era humano, normal e valível, e que aquilo tudo era passageiro. Isso era para maner a sanidade do grande imperador. Claro, não podemos dispor de um servo tão leal, mas podemos olhar para o espelho e ter certeza, que embora sejamos especiais e únicos em nossas qualidades, também o somos em nossos defeitos.
Somos formados por uma complexidade maior do que simplesmente os elogios que recebemos e a imagem que os outros fazem de nós. E normalmente nós nâo nos conhecemos profundamente, pois gostamos de nos olhar pelas lentes dos nossos algozes elogiadores, queremos acreditar que aquilo é verdade, e esquecemos de nos aprofundar em nossas caracteriscas mais obscuras e menos elogiáveis.
Receber um elogio é ao mesmo tempo um alimentador do nosso ego, mas é sem sombra de dúvidas, um alimento traiçoeiro, que deve ser consumido com moderação, e que deveria vir com esta recomendação na embalagem, com fotos deprimentes, tal como no cigarro.
Mas por favor, elogiem o post.

sábado, 8 de agosto de 2009

crise do ninho

Nos próximos dias estou de mudança. Saio da casa dos meus pais e aos 31 anos irei morar sozinho. Não é uma decisão fácil. Não é um momento tranqüilo.

Essa decisão traz, por si só, uma série de mudanças práticas na vida. A partir de agora eu preciso comprar e fazer a minha comida. Pagar a luz, telefone, TV à cabo, a faxineira, o conserto eventual de um equipamento. Preciso arrumar a cama, limpar o banheiro. Preciso crescer e tomar conta da minha vida por mim mesmo, saindo da barra da saia da minha mãe e das calças do meu pai.
Além das mudanças práticas, há a mudança emocional. Não terei mais com quem conversar ao chegar em casa, pelo menos até arrumar um amor para chamar de meu, ninguém para implicar com meus sapatos espalhados pelo meu quarto ou banheiro. Ninguém estará preocupado se vou para jantar ou a que horas cheguei em casa. Ninguém para brigar ou fazer as pazes. Ninguém para me dar remédios quando doente, exceto se for grave o suficiente para ir ao hospital ou pedir socorro.

Morar nas casas dos meus pais é confortável demais. Não me preocupo com nada, apesar do meu salário, não pago contas, não me preocupo com a manutenção das contas do lar, a roupa é lavada, passada e guardada sem eu tomar conhecimento. Há sempre o que gosto de comer na geladeira ou dispensa. Sempre um chá quente nos momentos de crise. Não terei mais isso.

Por outro lado, morar sozinho me proporcionará liberdade de acertar e errar por mim mesmo, a começar pela decoração, compra de eletrodomésticos, as compras básicas, a pesquisa de preços das compras do mês. Proporcionará-me a experiência de tomar conta da minha vida, para então poder tomar conta de um departamento, de gerenciar pessoas, desenvolver novos talentos, sair da zona de conforto.

Claro, sou o primeiro da família toda a fazer isso. Os demais seguiram o padrão familiar, nascer, crescer, casar, reproduzir, eventualmente separar, casar de novo, reproduzir, e morrer. Não nasci para isso. A partir do momento que mudamos de Estado e Cidade, rompi de vez os laços do tradicional. Nasci, cresci e rompi com o tradicional. Estudei, me formei, escrevi um livro, me pós-graduei, trabalhei, viajei, amei, rompi, me relacionei, terminaram comigo, trabalhei demais, conheci pessoas interessantes, estive no meio da história, na geração cara pintada, fui a shows, vi arte, cultura, moda, ouvi músicas que os pares não fizeram. Não sou melhor nem pior, mas diferente.

As minhas experiências pessoais e culturais me tiraram do trilho da tradicionalidade. Romper com isso não é fácil, pelo contrário é doloroso, como é doloroso ser diferente em tudo, seja na religião, “opção” sexual, profissão, cor, e demais aspectos que podem nos tornar único. Vivemos um mundo de massificação cultural e ser diferente é dolorido, mas não menos normal que os “tradicionais”.

Gosto da diferença, de ser diferente, de tentar, ao menos tentar, pensar por mim, pelas minhas convicções, vontades, desejos e anseios. Vivo e trabalho num mundo corporativo tradicional, de uma carreira padrão, venho de família classe média de comercial de margarina: mãe dona-de-casa, pai provedor, irmã casa e professora e eu advogado. Não desmereço o padrão, pelo contrário, adoro tudo isso, e trabalho para manter o padrão social financeiro, mas não me peça para acompanhar o que todos assistem, e fazer o que os demais fazem, simplesmente não posso.
Eventualmente freqüento os lugares da moda, me visto com roupas da moda, etc., mas não só porque está na moda, mas porque é lá que eu encontrarei meus amigos, e com aquela roupa que me identificarei com meus iguais nas diferenças, na minha turma. Mesmo os diferentes são iguais em alguma coisa.

Sair do ninho aos 31 anos não é fácil, como não o é aos 18, aos 21 ou aos 40, mas em algum momento, será necessário. Dizem alguns sociólogos que os 30 de hoje são os 20 do passado, que é aqui que termina a adolescência, que os filhos saem do ninho de segurança da família, seja casando, seja mudando, viajando, etc., mas aos 30 fazemos o que nossos pais fizeram aos 20. É doloroso e desconfortável, mas é necessário.

Acredito que o fato de perder o contado diário com meus pais melhorará significativamente a qualidade do nosso relacionamento, que considero bom, mas que sem o desgaste diário transformará os momentos de encontro em momentos muito mais especiais. Ambos os lados irão valorizarão imensamente aquele instante de encontro, mas sabe que daqui a pouco um dos lados irá embora para sua casa.

Há neste momento a crise do ninho vazio para meus progenitores, que devem estar morrendo de receio do que poderá acontecer comigo nessa empreitada. Para mim há a crise de deixar o ninho, o medo de não conseguir bater as asas forte o suficiente e não voar, de ter de voltar ao ninho até fortalecer mais os músculos e tentar novamente. Há crises e paixões demais em tudo que envolve esse momento, o que pode causar transtornos que não desejamos, mas que é a forma que temos de demonstrar nosso desespero, medo de tudo dar errado, e com família não modo ou jeito de ser racional, sempre se age passionalmente, intensamente.

É um daqueles momentos que sabemos que nossa vida tomará novo rumo, é uma daquelas encruzilhadas que temos consciência. É o ponto de mudança. Nem sempre temos essa consciência. Mas hoje posso dizer, que a minha decisão de 2 anos atrás de comprar um apartamento, torna essa encruzilhada real hoje. Poderia simplesmente vende-lo e ganhar com a especulação, mas pelo contrário, torno neste momento real a minha decisão.

Estou esticando as asas para levantar vôo do ninho. A altura é elevada, assim como os riscos, o coração dispara, a adrenalina eleva-se. O momento chega. E num segundo, deixo o ninho para viver a minha vida. E tal como todos os empreendedores da humanidade, darei um pequeno passo para a humanidade, mas um enorme passo para um homem.

Que os deuses e anjos me acompanhem, e que o salto seja pacífico. Porque o amor dos meus pais, isso já garante o céu de brigadeiro enquanto estiver voando.

sábado, 25 de julho de 2009

Crise de dicotomia

Conversando com uma boa amiga, discutíamos as diferenças de opinião e pontos de vista a que somos submetidos diariamente. Normalmente vemos o mundo de acordo com uma única lente, com aquela que traz as nossas verdades, nossas circuntâncias. E normalmente estamos cercados por pessoas que têm uma perspectiva parecida, tanto na vida pessoal como na profissional, pois buscamos os nossos semelhantes para convivermos.

Ocorre que de vez em quando, na frequência do cometa harley somos colocados diante de pessoas diferentes de nós, e pessoas por quem possuimos afeição razoavel, e que está inserida no nosso meio, elas meio perdidas nas nossas percepções e nós perdidos em suas visões.

Essas confrontações com nossos "pré-conceitos" é útil para reavaliarmos as nossas posições e dogmas e colocarmos à prova os outros, mas é imprescindível que estejamos preparados para esse tipo de proposta de mudança. De nada adianta colocar uma pessoa não preparada para discutir filosofia com Freud uma descrente em filosofia, ou mesmo física quântica com um cientista uma analfabeto funcional na arte da matemática.

Para que haja sorte é necessário ser a pessoa preparada no momento adequado, e até para termos a possibilidade de evoluirmos em nossos conceitos, mudá-los ou até mesmo sedimentá-los diante de inquisição dos porques trazidos pelo sopro de novidade de um pensamento diferente, é necessário estarmos abertos à novidade, assim como é necessário estar aberto ao amor para se namorar.

A sorte de encontrar uma pessoa com quem se possa manter um nível razoável de conversa já é complicado em demasia nos dias de hoje, e na era da comunicação e da internet em que cria-se vários guetos é muito mais complicado encontrar alguém que se possa manter uma conversar dicotômica, em que ambos têm argumentos razoáveis, mas diferentes sobre algum assunto.

Vivemos na era dos barulhos, em que encontramos nosso grupo em ambientes com tantos ruídos que nos impede de mantermos comunicação de boa qualidade por um tempo razoável. Somos qualificados por nossas profissões, posses, estilo de vestuário, mas não pelo nosso conteúdo, modo de perceber o mundo, opiniões pessoais.

Qualificamos as pessoas nos primeiros 30 segundos de conversa. Desejamos pessoas que se encaixem em nossos desejos íntimos. Colocamos empecilhos em quaisquer defeitos que percebemos nos outros. Não damos oportunidade de nos ensinarem um novo ponto de vista.

Somos tão presos aos nossos padrões, que esquecemos de dar chance aos outros. Mas quando isso acontece, rejuvenescemos nossas mentes e corações, trocando nossas lentes embaçadas pela gordura do tempo e a sujeira do preconceito. Mas isso é tão dificil. Mas vamos dar um passo, ouvir uma musica que não é o nosso padrão, ir a um lugar diferente, experimentar um tempero novo, beijar uma pessoa diferente do nosso padrão, e quem sabe possamos entender o outro melhor, e ver que o seu ponto de vista, mesmo quando não aplicado à sua realidade, também é verdadeiro e legítimo

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Crise de Férias

É interessante a sensação de estar em férias enquanto estão todos os demais estão trabalhando. Normalmente não desligo tão facilmente das coisas de trabalho, mas é um exercício interessante tentar se desligar das coisas de trabalho e da vida cotidiana... o rodo cotidiano, de acordo com o Rappa.
Férias servem, segundo os especialistas, para se recarregar as energias. 30 dias de descanso para suportar os outros 335 dias em que se trabalha 12 horas por dia. Para Domenico Demasi é um momento de criatividade, pois só no ócio se é capaz de relaxar, pensar, repensar, deixar os sonhos voarem, os neuronios exercitarem suas conexões menos utilizadas, é quando podemos pegar as estradas vicinais do pensamento e encontrar novas soluções para velhos momentos.
Fazia um tempo que não tirava férias, pois quando estava no momento de tirar férias, mudei de emprego e não tive direito ao merecido descanso. Logo, como os demais mortais não pude descansar, e passei um ano intenso desbravando novos horizontes na empresa. Chega o momento de descansar, mas devido à gripe, não posso ir à Argentina, EUA ou Europa, e ultimamente nem a Porto Alegre, pois corre-se sérios riscos.
Não posso viajar por motivos pessoais, estou num momento de transição para um novo patamar, para um novo desafio, e estou investindo forte nisso. Todas as minhas energias e economias estão direcionadas a esse aspecto.
Mas férias é mais do que esbaldar-se em um resort maravilhoso no Caribe (o que eu gostaria muito de poder fazer), é um momento de descansar a cabeça, renovar o espírito, deixar a mente nos levar por direções desconhecidas, viajar mesmo que seja sem pegar o passaporte ou cruzar as fronteiras da cidade.
Férias, é momento de prazer pessoal e descompromissado, de internar-se vendo todos os filmes da temporada, colocar os DVDS em dia, a leitura em ordem. É momento de amar-se mais do que responder os emails de trabalho. É momento de fazer coisas para contar aos netos, é momento do prazer descompromissado.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Crise de Gripe

Desde ontem à noite eu estou meio resfriado, fato esse agravado pela minha sinusite, que só lembro de tratar quando ela ataca com a gripe. Ou seja, praticamente não me trato para isso, algo que preciso tomar vergonha para fazer nas férias, e vou marcar.

Como não me sentia bem na empresa, resolvi seguir para um hospital, ser medicado, tomar uma injeção e poder voltar trabalhar amanhã normalmente. Pois não fui feliz na minha meta. Fui a 2 hospitais em SP, sendo um deles, de acordo com a minha irmã, referência para o tratamento da gripe H1N1 (ou gripe suína mesmo), pois a espera ultrapassava as 3 horas de espera, e isso em plena 2ª Feira às 15h00.

No Hospital referência a coisa estava mais crítica, pessoas com máscaras cirúrgicas, caras de assustadas e de desespero. Havia um que de apocalíptico no ar.

Claro, não fiquei esperando lá, pois não tive contato com pessoas contaminadas com o vírus, pelo menos que eu saiba. Não tenho todos os sintomas. No meu caso é um forte resfriado com sinusite, não preciso passar por aquilo, não agora.

Mas o que me deixou impressionado é a capacidade das pessoas estarem assustadas com os mais leves sintomas, mesmo que isolados dos demais, e achar que estão contaminadas pela doença. Talvez tal como a Cegueira do Livro do Saramago, esse momento seja o início de uma cegueira coletiva guiada pelo comoção geral, pelo medo de contaminação, de risco de morte. Estamos prestes a uma histeria coletiva, corroborada por atitudes populistas de dirigentes da saúde.

De acordo com as informações do Ministério da Saúde (não que sejam os mais confiáveis) a mortalidade é 0,4%, ou seja, a mesma da gripe normal. Esse pânico é desnecessário e fruto da ignorância, como tudo. Foi assim no começo da AIDS, por exemplo, em que a desinformação do "câncer gay" provocou uma onda de preconceitos contra os homossexuais. Assim está com os gripados e resfriados atuais.

Tenho medo do que pode acontecer, no caso de uma doença efetivamente devastadora, em que se transmite pela água, pelo ar, ou coisa que o valha, com grande capacidade de infecção e alto índice de mortalidade. Deveremos ter uma limpeza humana na terra, com uma onda de suicídios, diante do medo das mzelas que uma doença que pode trazer.

Da mesma forma que a ignorância é a chave da felicidade, pois percebe-se a alegria dos olhos dos ignorantes, que formam a base da pirâmide social proporcionalmente inversa ao brilho dos que estão no topo, a ignorância é também a chave do desespero para situações em que se precisa de um pouco de equilibrio.

Fico preocupado com os desdobramentos dessa doença, e o pânico que pode provocar na população, não só tupiniquim, mas em todas os demais povos que estão sofrendo com isso.
Não é apenas aqui no Brasil que percebe-se esse "desespero" mas nos países Hermanos também há essa preocupação. Deveria ter um certificado de como os governos devem agir em momentos de crise, como o que vivemos atualmente, com uma clara comunicação dos riscos, fatos, números, em que prevalecerá a honestidade e educação ao povo.
Acredito que o desespero dos brasileiros se deve ao fato de sempre acharmos que o governo não informa tudo, que não sabia de algo, que estamos sendo ludibriados, e que a verdade será revelada na próxima edição do jornal ou da revista semanal. Elegemos nossos governos, mas não cobramos postura moral. Temos medo que essa "marolinha" que traz preocupação à OMS se torne máquina eleitoreira e não seja adequadamente e tecnicamente, de acordo com os protocolos médicos.

Que a gripe H1N1 não passe de um alarme falso de ma crise da saúde mundial, mas que ela sirva para mostrar aos governantes o que se deve e o que não se pode fazer. Vamos fazer a nossa novena em templos lotados, e sem higiene para que não tenhamos uma doença grave nos próximos meses.

sábado, 4 de julho de 2009

Crise de vida On Line

Lendo a Revista Veja dessa semana, sobre os contatos on-line, e como os brasileiros lidam com as comunidades virtuais e com as amizades dali criadas. Acabamos dando mais importância às amizades virtuais do que as reais.

Eu tenho um pouco desse perfil. Sou tímido para manter as relações mais intimas, para me abrir os meus sentimentos mais íntimos às pessoas que me cercam, por isso uso esse blog. Por isso eu tenho amigos virtuais. Por isso gosto da internet.

De acordo com a revista a internet acaba com a solidão social, que te insere em comunidades comuns, te apresenta pessoas com gostos comuns, te permite participar de eventos sobre o assunto. Pode te proporcionar uma vida social.

Mas por outro lado, não te permite a aprofundar as relações interpessoais, pois acaba-se tendo muitos conhecidos, mas poucos amigos. Quantos você pode efetivamente contar, no fim das contas, se ficar sem dinheiro, sem fama, sem trabalho, sem saúde? Com quantas pessoas você pedirá apoio e receberá? Conta-se nos dedos da mão, se tiver sorte.

Eu tenho sorte. Tenho uma mão de amigos verdadeiros, que passei por crises, brigas, divergências, que moram perto, longe, logo ali e do outro lado do mundo. Tenho amigos virtuais, tenho amigos reais, tenhos colegas e conhecidos, em bits e em carne. Alguns com mais profundidade, outros apenas na epiderme. Muitos de nós com pouco tempo de se encontrar, pois trabalhamos demais, vivemos demais, amamos demais, e isso nos consome tempo, impedindo de termos contatos mais constantes.

Mas lendo a matéria, percebi que gasto tempo demais com as comunidades virtuais, o que não me deixa feliz, embora nunca tenha deixado de ter meus amigos de carne e osso, que eu amo e estimo como uma família escolhida a dedo e pelo destino, mas acabamos perdendo contato de uma forma ou outra.

Diminuimos a intensidade dos nossos relacionamentos, porque nos relacionamos em massa, como tudo nesse mundo, queremos mais, queremos tudo, queremos tudo e agora, queremos viajar por 30 paises em 15 dias, de onibus pela Europa, para nao parecer que deixamos algo para trás, queremos ver todos os blockbuster do cinema, todos os restaurantes estrelados da Michelin, queremos as peças de teatro da broadway, todos os CDs de Michael Jackson.

Eu decidi fazer um experimento. Vou me dedicar aos amigos reais. Aos virtuais, apenas os que já tenho contato. Não quero novos amigos virtuais, mas aproximar-me dos atuais. Não será fácil, mas será uma mudança.

E você, quanto você gosta dos relacionamentos fast-food?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Morre Michael Jackson

Interessante o 100º post ser sobre a morte de Michael Jackson.

Muitas coisas serão ditas sobre ele agora, acusando-o de tudo e mais um pouco, defensores surgirão. Mas para mim morre um dos artistas mais importantes da contemporaniedade, o artista que me apresentou o mundo pop e me fez apaixonar por shows.

Ele não mudou o mundo pop. Ele criou o mundo pop. Todos os artistas atuais seguem ele e sua linguagem, influenciou a música, a cultura, a imagem, a linguagem pop.

Minha melhor lembrança da adolescência é o momento que entrei no Morumbi para assistir seu show. A só foi superada pela entrada do palco dele. O Show foi perfeito.Um clipe ao vivo.

Não defenderei a vida pessoal dele, pois não o conheci na intimidade e ele usou e foi usado pela mídia, muitas mentiras foram ditas e outras verdades foram omitidas a seu respeito e a respeito da sua história. Só os atores principais sabem os fatos reais e a verdade em sua plenitude.

Quanto ao aspecto cultural, mesmo para aqueles que não gostam do seu estilo musical, precisam render-se ao seu impacto e tamanho da sua importancia, que agora cala-se, descansa.

Espero, que tenha tido a oportunidade de consertas seus eventuais erros, e que sua boas ações tenham superado as negativas.

Que descanse em paz.

domingo, 7 de junho de 2009

Crise de Presidência

Nesses últimos dias, depois do acidente com o avião da Air France, no vôo 447, tomei consicência de como nosso representante máximo da democracia brasileira, o nosso querido Lula, é um homem despraparado e com uma língua que não cabe na sua boca.
Fazer declarações de que o país que acha petróleo a 6km de profundidade pode achar uma caiza preta a 2km de profundidade não é adequada quando mais de 150 famílias choram a morte de seus entes. Enquanto o Presidente Francês cancela sua agenda para apoiar as famílias dos seus eleitores, o nosso cai na festa de posse de um presidente de um país qualquer, enquanto os demais brasileiros sofrem estarrecidos com os últimos fatos.
Nosso presidente tem uma língua enorme, e uma incapacidade maior ainda. Mas é reflexo da ignorância do nosso povo que adora a bolsa família, bolsa educação, bolsa gás, bolsa tudo e mais um pouco.
Sem cair na mesmice que no 1º mundo, mas vamos concordar, Nicolas Sarkozy e Obama são melhores que o nosso representante, que é famoso pelo mundo afora muito mais pela curiosidade dos nossos animais exóticos da fauna amazônica do que pelo desejo de te-lo como chefe.
Pense nele como presidente de uma grande empresa, de uma mutinacional em que você é trabalha. Acha que receberia seu bônus anual por causa do resultado da empresa, distribuindo tantos benefícios, investindo zero em treinamento, fazendo declarações que só fazem cair a cotação da empresa e a respeitabilidade da marca.
Mas percebo que o problema não é apenas no país, diversas empresas nâo tem profissionais habilitados no seu gerenciamento, seja no alto escalão como no médio escalão, e que só conquistaram sua posição devido ao tempo e à política que fazem de suas pseudo-habilidades inexistentes.
Enquanto isso vamos sendo gerenciados por incompetentes em todos os níveis, vendo nossas empresas tendo sucesso graças à sua base de trabalhadores, e o país crescendo, mesmo com seus governantes ineficientes, graças ao seu povo, que apesar de tudo, nao desiste nunsca.
Quem sabe um dia tenhamos um presidente melhor, num pais eficiente, com a sua graça e alegria de sempre... que o jeitinho brasileiro, seja apenas o gingado do carnaval das mulatas na passarela.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Crise de Sujeira

Dias atrás eu estava indo trabalhar em outra cidade, e no trânsito parado da Marginal Tietê em SP pude ter tempo de observar a cidade.

Percebi que a cidade de São Paulo está suja, sem amor, sem uma paixão que faça brilhar seus olhos e faça pulsar seu coração. A cidade está abandonada à sua própria sorte (ou azar), pois seus moradores a maltratam diariamente, "24x7" como dizem os americanos.

São Paulo não tem as belezas naturais do Rio de Janeiro, as luzes de Paris, o charme de Veneza, a tecnologia de Tókio ou o Poder de Nova York. São Paulo é megalópole em sua riqueza, ounjância e cultura. Tem mais musicais que a Brodway, mais carros que Los Angeles, mais gente que muitos países do mundo.

A cidade é cultura no coração e dinheiro na cabeça, é onde se vem para ganhar a vida, fazer a américa, poderia ser dito pelos nossos antepassados, mas não é onde se vem investir uma vida no futuro, é onde se ganha dinheiro no presente para ser abandonada no futuro.

São Paulo pulsa, e tal como outra cidade, nunca dorme para acolher os que buscam refúgio em suas veias fétidas dos esgotos entupidos, e nas derrames de águas pelos boeiros abertos nas chuvas de verão. A metrópole se entorpece com o gás carbônico dos veículos que cortam suas vias rápidas e velocidades cada vez menores.

Locomotiva nacional perde fôlego com os abusos cometidos pelos seus governantes, escolhidos por um povo despreocupado com a sua casa, que abandona sua mãe na primeira oportunidade, daqueles que ignoram o passado e que repetem os mesmos erros de sempre, deixando cicatrizes nos rostos tristes dos seus mais pobres filhos.

A cidade que tem o metro mais caro da cidade, não respeita seus moradores menos abastados, joga-os a condições miseráveis para manter-se suprema na sua punjância desregrada da grifes internacionais.

São Paulo é puta dos teus filhos, que a violentam com tal intensidade, que só resto aos teus pais chorarem do alto dos templos e alicerces da cidade.

Mas esta mesma terra, tem seus bons filhos, que em minoria tentam valorizar os frutos colhidos, que amam as suas oportunidades, suas belezas raras, encondidas na alma de sua gente, na arquitetura dos teus criadores, na lição dos teus mestres, na inocência de suas crianças.

A cidade renasce das cinzas da poluição a cada nascente de sol para a esperança dos que nela chegam, para que o sopro de sua juventude na cidade possa salvar sua alma combalida.

A terra da punjancia, tenta fazer sobreviver seu colorido diante de tanto cinza e pixadores, que tal como bandidos, judiam daquela que os acolhe, e a cidade, como boa mulher de malandro continua tentando viver aos tapas e barrancos, sem derramar uma lágrima.

Ao me deparar com tamanho descaso, me peguei perguntando se valia a pena amar maltratada cidade... e após um pouco de reflexão conclui que cada um demonstra seu amor de forma distinta... só não entendo os que amam destruindo...

sábado, 9 de maio de 2009

Crise de Partidas e Chegadas

Dia desses viajando a trabalho a som de Maria Rita, ouvi a música Chegadas e Partidas (ou coisa que o valha) e fiquei pensando na vida, como uma plataforma e pensando nas pessoas e coisas que chegaram e partiram, e não pude deixar de concordar com a letra da música que o mesmo momento que para uns é chegada, para outro é a partida.
Temos isso em vários aspectos da vida. Precisamos sair de um emprego, nos despedir de amigos, da zona de conforto, dos animados almoços para poder partir para um nova oportunidade, para aprender mais, fazer novos amigos, vencer novos desafios. Às vezes essas escolhas podem nos levar à solidão do sucesso ou a repugnância do fracasso.
O mesmo acontece em outros aspectos de nossa vida. Perceba, quantas vezes precisamos deixar um hábito para trás porque ele simplesmente não cabia na nova situação? Choras porque não quer comer brócolis, porque não ganhou o presente desejado, beijar todo mundo numa noite de festas, fazer rachas na rua, passar horas na frente do videogame (alguns amigos ainda não passaram dessa fase), receber mesada, não ter responsabilidade, ser inconsequente, e assim por diante. Quando vamos amadurecendo, algumas características simplesmente deixam de fazer sentido. Não porque nos tornamos mais chatos, velhos, menos engraçados, mas a experiência nos faz mudar pontos de vista, analisá-los por outro ângulo, e aquela piada do ponto amarelo no meio jardim para de te fazer rir até chorar.
A vida nos faz elevar a barra de expectativas, de desejos, de desafios. Mas para permitirmos isso, o novo, o inovador, vencer o desafio, é necessário superar os antigos, o passado. Deixar partir, considerando o passado como um degrau para o próximo andar.
Dizem que não conhecer a história é repetir sempre o mesmo erro. E embora seja usado para explicar a importancia da história mundial, deve ser usado no microcosmos da nossa vida.é necessário deixar partir, apreender as coisas boas, aprender com os erros, dar um aperto de mão e abraço forte, e seguir seu caminho.
Isso acontece também na vida amorosa. Quantas vezes na humanidade alguém se apaixonou por uma pessoa diferente com quem estava se relacionando e com medo da partida, resolveu segurar-se com todas as forças ao trem que queria partir e a plataforma do momento. Quantas corações ficaram mais estraçalhados pelo acidente do que se tivesse partido em paz.
Isso já aconteceu. E acontecerá sempre. E muitos corações serão destruídos, dos que ficam e deveriam ir, dos que vão e deveriam ficar, e dos que quiseram segurar os que partiam e os que ficavam.
A coragem para dar um passo adiante não é pequena. O ser-humano busca o conforto, a paz, não há coração que resista ao perigo sempre, que deseje estar sempre apaixonando-se, mas do que vale a pena se não é sincero o que você sente com quem está do seu lado. Claro, não se deve cair de cabeça em qualquer aventura, é necessário a ponderação, o meio termo, a paz de espírito, mas porque não alinhar isso com a paixão, com o amor, com a emoção de renovar, e com a sobriedade de deixar partir para que o novo entre.
Aprendi certa vez que a cada roupa nova comprada ou ganhada, devemos dar uma antiga. A mesma coisa deve acontecer com o amor, com o trabalho, com as oportunidades. A Cada coisa conquistada, devemos deixar uma para trás. A cada novo sonhado deve-se deixar no passado um sonho realizado, não devendo se gabar das conquistas do passado, mas orgulhar-se dos sonhos futuros, das metas realizáveis, do que está por vir, escrevendo em pedra os ensinamentos, e em areia as ofensas e elogios, que só servem para criar um disformismo de nossa imagem no espelho.
A questão toda, é deixar partir o que não queremos, para que possamos seguir ao próximo nível. Sem medo de fracassar, pois os fracassos só nos tornam mais fortes, e o sucesso só prova que nos tornamos melhores com o nosso passado.
É transformar nosa vida numa plataforma, deixando chegar quem quiser, mas liberando o embarque dos que desejam sair, e com um lenço branco, desejar, do fundo do coração que a viagem seja boa, e que a próxima plataforma seja melhor.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Crise de posts

nesses últimos dias comecei a escrever uns 3 posts, mas no meio eu me perco, não gosto, e apago tudo.

domingo, 26 de abril de 2009

O sentimento dos ultimos dias

It Must Have Been Love (tradução)
Roxette
Composição: Indisponível
Deve Ter Sido Amor
Deve ter sido amor...mas agora acabou
Deixe um suspiro no meu travesseiro,
Deixe o inverno para trás.
Acordei só, tudo estava quieto
Em meu quarto, e em toda a parte.
Toque-me agora, eu fecho meus olhos e fico sonhando...
Deve ter sido amor, mas agora acabou,
Deve ter sido bom, mas de alguma forma eu te perdi.
Deve ter sido amor, mas agora acabou,
Desde o momento que nos tocamos até nos separarmos.
Faça-me acreditar que estamos juntos,
Que estou amparada em seu coração
Mas por dentro e por fora, eu me tornei em água,
Como uma lágrima na sua palma da mão.
E é um forte dia de inverno, eu fico sonhando .
Deve ter sido amor, mas agora acabou,
Era tudo que eu queria, agora estou vivendo sem você.
Deve ter sido amor, mas agora acabou,
É onde a água flui, é onde o vento sopra.

domingo, 12 de abril de 2009

Crise Páscoa

Hoje é domingo de Páscoa, para os católicos um dia de ressurreição, de renovação. Essa semana também foi comemorado o Pessach, a "Páscoa Judaica", que significa passagem, e representa a passagem do anjo da Morte enviado por Deus para libertar o povo judeu da escravidão imposta pelos Faraós.
Acredito, mesmo não sendo um estudioso de religiões, ou mesmo um filósofo gabaritado, que ambos significam, de um jeito ou de outro, renovação e libertação. Jesus, ao libertasse da Terra, e subindo aos céus, cumpriu sua função para com a Humanidade.
O Anjo da Morte, ao matar os primogênitos egípicos, trouxe esperança a um povo, renovando sua fé e libertando de seu martírio, cumprinido sua função com seu povo.
Mas a nós, meros mortais, o que esperar da Páscoa? Dizemos que é momento de renovação, de perdão, que devemos purificar nossos corpos e almas. Mas como conseguir isso?
O Perdão é muito dificil de ser atingido, principalmente quando se trata de perdoar dos pecados próprios. Perdoar os outros é mais fácil, pois não se conhece as motivações internas, os sentimentos, quando se trata de perdão aos erros próprios, o nível é elevado, principalmente para pessoas que sofrem de um perfeccionismo extremo, que acreditam que devem errar o mínimo possível.
De vez em quando a vida nos ensina que esses obstáculos aparecem em nossas vidas apenas para mostrar que não temos total poder sobre nossas vidas. Mas como se perdoar quando provocou sofrimento a pessoas importantes em nossas vidas. Como atingir esse nível de evolução? Quanto se deve sofrer para entender como agir?
Desculpar é fácil, pois há uma ofensa menor, um drama particular que tem o intuito muito mais de confortar o outro, mas para perdoar é necessário passar por cima do sofrimento causado, entender e deixar no passado. Cobrar-se menos é um bom começo, mas é é um passo grande, e nem sempre temos essa envergadura de perna para dar.

domingo, 5 de abril de 2009

Crise de Armário

Conversando com uma amiga, a quem eu devia um café e que paguei com cerveja, conversávamos sobre os armários de nossas vidas, e vim pensando nisso. Precisamos mesmo escancarar nossos armários, abrir as caixas de pandora que todos temos dentro de nós para todos? Isso realmente é necessário?
Por que precisamos dar tanta satisfação de nossa felicidade, e consequente tristeza, a todos? A sociedade não é responsável por elas, principalmente pela nossa felicidade, mas tem alto percentual de responsabilidade em nossas tristezas.
Precisamos justificar nossos passos, e não simplesmente sermos nós. Há uma necessidade, em tempos de liberdade de expressão que sejam assumidas determinadas posições para que simplesmente possamos ser rotulados, etiquetados e assim viver à margem da sociedade.
Ou você se encaixa, ou não. simples. As variações em escla de cinza simplesmente não são aceitas, e por isso mesmo as pessoas exigem que mostremos nossos armários. Nossos segredos, nossas experiências particulares, os livros que lemos, os filmes que vimos, e as músicas que escutamos e que nos mudaramm todos querem ter acesso a eles.
Por que ter acesso a isso tudo? Não é pior saber tudo? Há certas informações que são sabidas, e que não precisam ser ditas e/ou ouvidas, pois provocam um turbilhão de sentimentos, principalmente a quem houve, pois sempre imaginamos que a dor alheia é insuportável, mas esquecemos que nosso organismo tem mecanismos automáticos para diminuir a dor.
Queremos fuçar as gavetas alheias e os cadáveres pindurados nos cabides dos armários dos que nos cercam para julgar diante da nossa bagagem pessoal. Por menos pré-conceituoso que seja, a pessoa sempre fará seu julgamento baseado na experiência pessoal, e não na do personagem analisado.
Queremos que as pessoas se assumam gays, country, roqueiras, "axezeiras", forrozeiras e assim por diante. Mas esquecemos que podemos ser tudo isso e mais, ou menos, dependendo da pessoa. Sâo Paulo, como uma metrópole mundial ainda nos permite um pouco de privacidade, e que você vista diversas máscaras, dependendo do ambiente alheio, e por serem muitos os armários a serem fuçados, é possível que o seu seja esquecido pela grande massa, mas nunca deixará de sofrer tentativas de abertura.
Todos querem que o próximo saia do armário, mas querem acompanhar isso, sentados confortavelmente dentro do próprio armário, trancado a 7 chaves, para não receberem qualquer respingo dos armários escancarados alheios.
E então me pergunto, você já saiu do seu armário?

domingo, 29 de março de 2009

Crise do Não

Dia desses estava assistindo a um programa na TV e o tema era o "não" e a dificuldade em ser usado, tanto no dar e no receber. E desde então tenho pensando muito nisso.

A questão chegou a mim justamente quando estava recebendo um não, de uma pessoa que prezo muito, mas que precisou me dar o não. Imagino o quão dificil deve ter sido esse processo de decisão e falar o não, tentando arrumar desculpas que pudesse magoar menos, deve ter arrumado várias razões para convencer-se de que aquele não deveria ser dado, e que ele deveria vir revestido de razões lógicas.

Quando eu recebi o não tive de respirar fundo, e aceitar com a desculpa que realmente aquilo era a melhor forma, que a rzão revestia a decisão de uma assertividade rara. Com um sorriso no rosto, mas o coração em pedaçoes precisei seguir meu caminho. Mas claro isso não desceu bem, um pedaço de mim não conseguiu aceitar. E ela percebeu, mas não pôde fazer nada para mudar a palavra jogada.

Normalmente quem dá um não tem tempo para decidir seus motivos, e como falar. Quem recebe não tem tempo para nada.

Na nossa cultura latina, temos tanto medo de magoar as pessoas que simplesmente não sabemos usar a objetividade do sim e do não, pelos simples motivos que devemos dize-los, na liberdade do seu significado, sem desculpas, precismos fazer rodeios, explicar tudo de tal forma que acabamos escolhendo as piores desculpas e as que provocam os maiores danos.

Exigimos que os outros entendam nossos desejos e motivos, e quando não acontece a contento, não conseguimos suportar e ficamos magoados com a reação.

Quando vamos terminar um romance, não dizemos simplesmente "acabou"! Dizemos que a vida, nossos objetivos, nosso trabalho, família, o sol, as férias, a roupa, o tudo, e colocamos numa mesma bandeja senvindo ao "abandonado". Não conseguimos admitir que o amor acabou.

Quando cansamos de algo, precisamos de tantas desculpas, que consomem nosso tempo sendo que poderíamos simplesmente dizer: não obrigado. Mas não queremos, não podemos e achamos insoso não desculpar e motivar.

Ainda estou superando um não, e tentando dar um outro, mas tudo isso é um processo longo.

crise de escrita

Desculpem a ausencia, mas tem explicações trabalhistas.
amanha teremos um novo texto

segunda-feira, 16 de março de 2009

Crise de perfeição

Dia desses recebi um texto sobre a mulher perfeita, sobre o que a sociedade espera da mulher moderna: ser delicada e forte, sensível mas sem chorar, ganhar muito dinheiro e continuar dependente do marido, em ser uma super mãe-educadora-esposa-profissional-gostosa-bem vestida-bem humorada-maquiada-perfeita. Pois bem, para os homens não é fácil também.
Hoje precisamos ser saudáveis, malhados, mas cultivar uma barriguinha para não sermos taxados de gay. Precisamos ter sucesso profissional, nos dedicar à empresa, mas ainda assim dedicar muito tempo à nossa família e amigos. Precisamos estar sempre disponíveis para a empresa, mas também estudar, comer, tomar banho e ter uma vida. Precisamos ser vaidosos, mas dentro de um limite que ninguém sabe qual é. Precisamos ser modernos e antiquados, tudo junto e ao mesmo tempo e agora. Precisamos ser super-homens-lindos-inteligentes-ricos-bem cuidados-rústicos-educados-enólogos-fashionistas tradicionais-amantes poderoso-românticos.
A era da informação tem feito de nós, seres humanos comuns, ordinários e de classe média prisioneiros da intensidade da vida. Precisamos conhecer o país, o mundo, fazer intercambio, e viajar ao exterior, nem que seja pacote da CVC para conhecer 28 países em 15 dias, apenas o essencial.
Antoine de Saint-Exupéry já dizia em “O Pequeno Príncipe” que o essencial é invisível aos olhos. Conhecer outros países só vale a pena para conhecer a sua cultura, seus gostos e seus cheiros. Mas as pessoas não querem isso. Querem tudo intenso. E isso tem provocado uma confusão no que desejamos de nossos homens e mulheres.
Queremos super-heróis em vez de gente ordinária e comum. Um amigo me disse que a beleza do Super-homem estava no “rebaixamento” a que ele se submetia, como um homem de super poderes pode disfarçar-se de humano comum se os humanos comuns que ganham super poderes se fantasiam de super-homens?
Estamos vivendo uma confusão tamanha que não sabemos quem somos nem o que queremos. Vemos a intensidade dos amores de novela e desejamos. Vemos a riqueza de “Caras” e desejamos. Vemos os sucessos de Holywood e desejamos. Mas será que queremos o que desejamos?
Queremos mesmos homens e mulheres perfeitos, que nunca nos surpreenderão com um defeito novo, com uma mania desconhecida?
Queremos a mesmice da perfeição da escultura de Rodin? Não é melhor o Salvador Dalí e sua visão do mundo?
Qual a essência do homem e da mulher contemporâneos? Talvez nosso âmago seja o mais vazio da história da humanidade, no exato momento da história que mais instrumentos temos para nos aprofundar, em que podemos nos conhecer melhor, em que desenvolvemos nossas ciências e tecnologias ao máximo do possível e a usamos ao mínimo desejado. Temos as ferramentas, mas não sabemos usar.
E por isso mesmo, desejamos que o conhecimento e atitude sejam transferidos por meio de chips pré-programados e pagos. Fazemos cursos pelo diploma e não pelo conhecimento. Compramos pela moda, não pelo gosto. Casamos pela sociedade, não pelo amor.
Somos todos super-heróis de uma história em quadrinhos cor de sépia, desgastados pelo excesso, que conta história nenhuma de um povo vazio e bonito.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Crise de Aniversário

Sabe, tinha outro texto para escrever, mas hoje é meu aniversário. Muitas coisas mudaram no último ano. Me apaixonei, separei, mudei de emprego, conheci lugares, pessoas, mudei de idéia, voltei atrás, dei 2 passos adiante, briguei, fiz as pazes, não perdoei e não fui perdoado.
Foram intensos esses últimos meses, estive, e continuo, num furacão emocional. Não cheguei ao olho nem fui jogado para fora. Estou aqui, passando por tudo junto, ao mesmo tempo e agora.
Sempre escutei que com o tempo, o conhecimento e a vida a calma chegaria, a senioridade traria paz à alma. Não aconteceu. Não amei por toda a vida, mas amei intensamente. Amei o amor da minha vida por um curto período de tempo, de forma tão intensa, que me consumiu rapidamente.
Evolui profissionalmente nesse ano. Muito mais que poderia supor, e menos do que poderia desejar. Ainda tenho longos caminhos a percorrer para chegar onde pretendo estar. Muito a evoluir para ser a pessoa que gostaria de ser. Tornar-se grande para fazer a diferença, embora saiba que sendo pequenino como sou, já o faço.
Sei que as pessoas tem uma visão positiva sobre mim, como um semeador de sorriso, alegria, boas energia. Faço bem às pessoas, e não me sinto tranqüilo com isso. É uma responsabilidade enorme. Mas eu recebo de volta isso, o que alivia o peso da minha responsabilidade.
Me preocupei com meus amigos, e com o que eles acham de mim. Não com todos que me cercam, mas com algumas pessoas em especial, que sempre tentei entender a visão sobre mim, e tornar-me melhor sobe suas lentes, hoje vejo que as vezes que mais agradei foi sendo eu mesmo, sendo espontâneo, dando minhas gafes, falando, rindo, cantando, dançando e girando pela vida.
Hoje vejo que isso não importa muito. Tenho agregado novos amigos à minha vida, pessoas interessantes que eu quero agregar aos velhos amigos, mas sei que nem todos aceitarão assim fácil. A mudança não é algo natural para todas as pessoas, que se apegam ao passado para provar o quanto são importantes, mas eu prefiro ver sua importância no hoje, no amanhã e no ontem, de forma equilibrada.
Quero todos eles, juntos, ao mesmo tempo, e agora e sempre. Não é fácil. Mas para isso me esforçarei, desde que eles estejam afim de passar tudo comigo. Seja na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e até que nossa morte nos separe. Pois o que Deus uniu no meu casamento com meus amigos, nenhum homem poderá separar.
Quero mais um ano, além de todos os outros que estão por vir, com muita emoção, evolução, amigos e amores. Mas não quero isso para mim apenas, mas para os que me cercam... e que todos tenham um amor para chamar de seu. Inclusive eu.
Hoje é meu aniversário. Hoje é meu dia. Hoje é dia de festa e não de crise. Let´s Party! Carpe Diem Rules.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Crise de Timidez

Certa vez, num passado distante, numa terra muito, muito lonfge, eu era timido, daqueles que travavam diante de uma pessoa desconhecida, de uma novidade, que seria incapaz de fazer uma apresentação pública, com medo de ter os meus possíveis erros apontados em todos os registros para o resto da humanidade, provando a minha imperfeição.

Pois é... em um determinado momento eu precisei enfrentar isso, assim que comecei a trabalhar e foi um dia, que até hoje faz parte da minha memória sentimental e mudou meu jeito de ser.

Certa vez alguém escreveu ou falou que o tímido é aquele que se acha o centro do mundo, para que todos prestem atenção em seus atos e erros e se lembrem para sempre da gafe.

Pois é, as pessoas até podem fazer isso no momento, rir da desgraça alheia é tão humano quanto o polegar. Isso nos diferencia do resto dos animais, mas isso não quer dizer que será lembrado eternamente.

Os humanos erram, e aprendem com isso, evoluem, se tornem melhores (ou piores), mas determinados fatos não coroam as mentes alheias. Claro, quem apanha lembra muito mais quem bateu, mas devemos dar menos importância aos outros e mais a nós mesmos. Deve haver mais amor próprio do que amor ao próximo... sim, é egoísta, mas é o que garante a nossa sobrevivência no mundo.

Se você quer dançar sem saber dançar, dance, não ligue para a opinião alheia, que não serve de nada. Fazer o que se deseja está muito próximo ao CARPE DIEM, pois aproveitar o dia é fazer o que se gosta, o que proporciona prazer, o que faz bem...

A timidez não pode ser um freio no desenvolvimento social de ninguém... você é o que é, meio torto, meio gordo, meio reto, meio magro, dedos desproporcionais, braços longos, perna fina, etc., pode cair num palco, torpeçar na rua, errar um texto, falar inglês errado, mas vai deixar de sobreviver por causa disso? Perder oportunidades pois os outros podem, imaginando a sua importância no mundo deles, rir porque você gaguejou, enquanto eles nem tiveram coragem de tentar?

As pessoas gostam de apontar os erros pois é um jeito de diminuirem aqueles que tiveram a "ousadia" de fazer o que eles não tiveram.

Timidez e medo, assim como todos os demais sentimentos, são importantes como freio moral mas devem ser usados com moderação.

Aristóteles, em ética a nicômaco, já dizia isso, o equilíbrio é essencial à humanidade para atingir a felicidade.

Então a timidez, como tudo, deve ser usado com moderação... eu ultrapassei essa fase, e certamente sou mais feliz hoje, embora, para algumas coisas meu freio moral funcione e me retrai um pouco, mas uma vida é muito pouco para se livrar de tudo!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Crise de Inspiração

Dia desses recebi um comentário anônimo no Blog, sobre a qualidade do Blog, que eu agradeço de coração, e sobre a força que, por um texto meu, inspirei-o a lutar por um amor de verdade.
Me senti lisongeado, mas completamente inseguro com relação a isto, e tenho pensado muito nisto: qual a real influência que podemos criar sobre os outros?
A era moderna é composta por diversos ídolos desprovidos de qualquer motivo ou característica intelectual, cultural, financeira, heróica, esportiva ou qualquer outro motivo que valha a pena. Idolatramos quem está na mídia, porque namora, namorou ou namorará um outro famoso, ou porque passou em um reality show qualquer da TV. Gostamos de artistas montados montados pelas gravadoras para venderem muito, mesmo em tempo de pirataria e internet.
Nossos ídolos influenciam nossos modos, gostos, escolhas, consumos, presente e futuro e tudo isso financiado por alguma marca poderosa. Queremos Calvin Klein, Diesel, Gucci, Armani, etc., porque sai na Caras. Queremos o que eles vestem, comem, moram, usam.
O comentário criou um momento de crise em mim. Senti a responsabilidade de ter atingido uma única pessoa. Aparentemente pelo bem, pois mostrei a coragem de lutar por um amor que estava escondida nele. Não criei nada. Talvez despertei o melhor dessa pessoa.
Sabe, pode ser que este blog um dia seja acompanhado por milhares de pessoas, ou não e se perca na blogsfesra, mas com certeza atingi uma pessoa. Talvez a história de amor não dê certo. Ou talvez vire um conto de fadas (eu mereço ser convidado para a festa) e eles serão felizes para sempre.
Eu acredito que inspirei uma pessoa, como sou inspirado por tantas outras, que me são próximas, que eu admiro, que respeito.
Por isso, caro anônimo, estou torcendo que minha influência tenha trazido a você o amor da sua vida. Se não for dessa vez, que ocorra em breve. Nosso destino está escrito e não sabemos o próximo degrau que deveremos subir.
Torço para que os próximos ídolos sejam como Barack Obama, que trouxe esperança ao mundo em crise e com medo. Que os próximos a serem idolatrados sejam Leonardos da Vinci, Freud, Romeros Britos... que sejam fortes e íntegros. E que estes ídolos sejam proibidos de fraquejar e errar, para que permanecem no imaginário humano pela sua inspiração positiva na fé humana.
E que venham os próximos inspiradores do mundo!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Crise de Benjamin

O Estranho caso de Benjamin... é surpreendentemente bom. Brad Pitty dá um show, e chega a ficar irreconhecivel na tela, deixando a sua beleza para uma excelente atuação, embora ele já tenha mostrado que não é um rosto bonito com uma bela mulher ao lado (seja a Jennifer Aniston ou Anegelina Jolie) para provar que é um galã de talento artísitco. Mas não é isso que eu quero discorrer. É o filme.

A história é surpreendente. Fala do tempo, e por ser contrária à natureza, deixa isso claro ao espectador... uma frase que me surpreendeu foi a da inaurguração do relógio, na estação de trem, quando o relojeiro, que perdeu um filho na guerra diz algo sobre o tempo andar para trás, para que os que morreram pudessem renascer, os que partiram, chegassem, e assim por diante...

A vida moderna é refém do relógio, do tempo, do dia curto e da noite inexistente. Nós precisamos viver do amanhã, nos planejar hoje o que seremos amanhã, não deixamos tempo para o inesperado, para a paixão na esquina, para um papo relaxado, queremos tudo junto, ao mesmo tempo e agora e esquecemos de viver o momento.

Queremos a paixão de novela, a fama da TV, a capa da revista, mas não damos importância ao nosso próprio prazer. Estamos preocupados em agradar, em sermos o que o mundo deseja, em estarmos preparados para a oportunidade que nos aproxima.

Sofremos por antecedência, ficamos ansiosos, criamos expectativas, mas esquecemos de ao invés contar os minutos, vivê-los, pois se assim fosse, os que partiram estariam em nossas lembranças, o que morreram permaneceriam em nossos corações, e não reclamaríamos a sua ausência, por ão termos ido naquela viagem, por não termos dado aquele beijo, por não termos dito, quando tivemos oportunidade: eu te amo; desculpe; saudades de você, tchau...

O tempo é implacável, e muito se fala sobre ele, mas quando nos daremos conta de que ele passou? Talvez quando nos resta apenas um suspiro, e quando nossa vida passar diante dos nossos olhos como um comercial de tv barato, e não como um longa-metragem de sonhos realizados.

O tempo que vai, que voa, que foge, que corre, que nunca volta... o tempo que tememos encarar, que se esvai a cada suspiro e que não vale se não for com amor, com vontade, por prazer.

Trabalhamos demais, corremos demais, sofremos antecipadamente demais, e esquecemos de sofrer o momento, de sorrir o momento.

O estranho caso do benjamin, é também o de todos as marias, josés, rodrigos, ricardos, priscilas, marcios, mauricios, patricias, julianas, angelas, danieis, etc... é o retrato da nossa miséria humana. É a morte de nossa alma, minha, sua, e de todos nós

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Crise de Mestre dos Magos

Dia desses um amigo disse que eu era como o mestre dos magos, sumia e desaparecia a meu bel prazer e sem mandar avisar. Essa é minha.

Eu nasci para ser livre. Para me perder é só me prender. Isso é o que diz a minha mãe sobre os meus relacionamentos. É a verdade.

A liberdade está relacionada diretamente ao meu lema: Carpe Diem! Aproveite o Dia, e no meu caso, sem medo de ser feliz e experimentar as coisas que se apresentam a mim, mas que claro não ofendam a minha dignidade e ética. Não acho que devemos ficar presos a rótulos, e São Paulo permite isso, ser livre. Frequentar um show de rock após um dia no MASP, ir no show da Madonna num dia, no Ballet noutro, e no pagode no seguinte. É possível ser russo e ir num restaurante Japonês, ser baiano e gostar de comida francesa. Eis a liberdade da minha vida.

Gosto de poder ir, e voltar porque quero. Pode parecer um pouco egoísta, frio, mas minha meta não é precisar de alguém para ser feliz. E me basto na minha felicidade. Não me importo de ir ao cinema sozinho. De andar por SP na companhia apenas da minha consciência. Mas isso não quer dizer que não goste de outras pessoas. Se eu tiver a sorte de ter uma pessoa com quem eu possa dividir minhas vitórias, somar minhas conquistas, repartir o peso dos meus problemas, agarrarei a oportunidade como se fosse meu último suspiro, mas se a vida me separar dela, deixarei ir, deixando na minha bagagem as boas experiências que tive.

A questão de ser Mestre dos Magos é isso: é ir porque preciso, e voltar porque eu quero. A Liberdade de poder partir, sabendo que se tem para quem e onde voltar é um conforto na minha alma.

Acredito que se as pessoas vivessem nessa liberdade seriam mais felizes. Conheço pessoas viciadas em namoros, que não suportam a idéia de ficarem sozinhas, pelo simples fato de não suportarem a própria consciência.

A minha individualidade, tantas vezes anuladas em relacionamentos, pois amei demais, me apaixonei intensamente, me deixa um enorme vazio no coração, sinto saudades de mim. Tento aprender, e aplicar para os novos relacionamentos, a manuntenção da minha individualidade.

Acho que para me defender de mim mesmo eu tenho utilizado a regra do "mestre dos magos" desaparecer quando conveniente, e voltar quando com saudade. Assim, mantendo a minha individualidade, consigo manter a sedução inicial que eu provoquei por se simplesmente eu.

Acho que no fundo, se cada um cuidasse de si, fazendo as coisas que se gosta, teríamos menos relacionamentos frustrados, menos casamentos desfeitos, mais casais felizes, menos Prozac e Lexotan.

Sou mestre dos magos aprendendo a ser feliz e a amar direito. Posso levar uma vida para aprender, mas espero poder ser capaz de manter-se como sou, amando aos outros, mas acima de tudo, amando a mim e preservando minha individualidade, mesmo que para isso, eu precise sumir um pouco de vez em quando.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Maysa e Amy

Não acho que eu seja o primeiro, e nem serei o último a discursar sobre as enormes semelhanças entre a Maysa e a Amy Whinehouse, principalmente devido ao fato dessas histórias tão parecidas estarem em evidência na mídia nacional.

A primeira está na mídia falada, escrita, em livros, Cds, etc., graças ao excelente trabalho do seu filho na direção do seriado na TV Globo... com imagens belíssimas, uma atriz intensa (exceto quando dubla as músicas), locações maravilhosas, mostrou a intensidade dessa mulher nos anos 50 e seguintes. Foi a percurssora, nossa Janis Joplin tupiniquim, tubinabá... nossa Abapurú musical, que diante de toda a intensidade da vida, soube cantar como poucos a dor de cotovelo enquanto seu mundo caía diante da mídia e dos olhos dos seus fãs.

Amy, a segunda, está na mídia desde que um amor bandido a transformou num esqueleto de dor e talento, com músicas intensas que tratam de: dor de cotovelo! Ambas são de cidades duras (São Paulo e Londres), vítimas de paparazzos, da mídia, e da própria sorte.

São intensas demais para suportarem num frágil corpo feminino a dor do mundo. Seus olhos não são suficientes para chorar as lágrimas dos corações partidos, e diante de toda a poesia do seu sofrimento procuram bengalas para se suportarem.

Talvez elas sejam o "boi de piranha" de todo nosso sofrimento, a temos para assistirmos, com dó, mas no conforto de nosso sofá, a sualenta morte, apontando um dedo a elas e todos os outros a nós mesmos, por sua liberdade, desligamento das regras sociais, intensidade, e a cor da magia poética de amor sem nossa hipocrisia social.

Nós somos presos a tantas regras sociais, políticas e religiosas, que até para amar impomos cerimônias mil a demonstrar nosso amor... deixamos de amar e nos apaixonar com intensidade, escondemos nossos sentimentos porque não pega bem.

Odiamos e invejamos Amy e Maysa pois queremos ser como elas: intensas, livres... claro, não precisamos nos drogar e beber até destruir nossa saúde e vida, mas podemos nos preocupar mais com nossa sanidade mental e sentimental, do que ficar preocupado com os olhos alheios...

Acho que no fim das contas, o que as duas querem dizer é: cada um no seu quadrado... sejam você mesmos, e amem intensamente, não disperdicem a vida preocupados com os outros... mas pelo amor de deus, nada de usar tantas drogas...