segunda-feira, 6 de julho de 2009

Crise de Gripe

Desde ontem à noite eu estou meio resfriado, fato esse agravado pela minha sinusite, que só lembro de tratar quando ela ataca com a gripe. Ou seja, praticamente não me trato para isso, algo que preciso tomar vergonha para fazer nas férias, e vou marcar.

Como não me sentia bem na empresa, resolvi seguir para um hospital, ser medicado, tomar uma injeção e poder voltar trabalhar amanhã normalmente. Pois não fui feliz na minha meta. Fui a 2 hospitais em SP, sendo um deles, de acordo com a minha irmã, referência para o tratamento da gripe H1N1 (ou gripe suína mesmo), pois a espera ultrapassava as 3 horas de espera, e isso em plena 2ª Feira às 15h00.

No Hospital referência a coisa estava mais crítica, pessoas com máscaras cirúrgicas, caras de assustadas e de desespero. Havia um que de apocalíptico no ar.

Claro, não fiquei esperando lá, pois não tive contato com pessoas contaminadas com o vírus, pelo menos que eu saiba. Não tenho todos os sintomas. No meu caso é um forte resfriado com sinusite, não preciso passar por aquilo, não agora.

Mas o que me deixou impressionado é a capacidade das pessoas estarem assustadas com os mais leves sintomas, mesmo que isolados dos demais, e achar que estão contaminadas pela doença. Talvez tal como a Cegueira do Livro do Saramago, esse momento seja o início de uma cegueira coletiva guiada pelo comoção geral, pelo medo de contaminação, de risco de morte. Estamos prestes a uma histeria coletiva, corroborada por atitudes populistas de dirigentes da saúde.

De acordo com as informações do Ministério da Saúde (não que sejam os mais confiáveis) a mortalidade é 0,4%, ou seja, a mesma da gripe normal. Esse pânico é desnecessário e fruto da ignorância, como tudo. Foi assim no começo da AIDS, por exemplo, em que a desinformação do "câncer gay" provocou uma onda de preconceitos contra os homossexuais. Assim está com os gripados e resfriados atuais.

Tenho medo do que pode acontecer, no caso de uma doença efetivamente devastadora, em que se transmite pela água, pelo ar, ou coisa que o valha, com grande capacidade de infecção e alto índice de mortalidade. Deveremos ter uma limpeza humana na terra, com uma onda de suicídios, diante do medo das mzelas que uma doença que pode trazer.

Da mesma forma que a ignorância é a chave da felicidade, pois percebe-se a alegria dos olhos dos ignorantes, que formam a base da pirâmide social proporcionalmente inversa ao brilho dos que estão no topo, a ignorância é também a chave do desespero para situações em que se precisa de um pouco de equilibrio.

Fico preocupado com os desdobramentos dessa doença, e o pânico que pode provocar na população, não só tupiniquim, mas em todas os demais povos que estão sofrendo com isso.
Não é apenas aqui no Brasil que percebe-se esse "desespero" mas nos países Hermanos também há essa preocupação. Deveria ter um certificado de como os governos devem agir em momentos de crise, como o que vivemos atualmente, com uma clara comunicação dos riscos, fatos, números, em que prevalecerá a honestidade e educação ao povo.
Acredito que o desespero dos brasileiros se deve ao fato de sempre acharmos que o governo não informa tudo, que não sabia de algo, que estamos sendo ludibriados, e que a verdade será revelada na próxima edição do jornal ou da revista semanal. Elegemos nossos governos, mas não cobramos postura moral. Temos medo que essa "marolinha" que traz preocupação à OMS se torne máquina eleitoreira e não seja adequadamente e tecnicamente, de acordo com os protocolos médicos.

Que a gripe H1N1 não passe de um alarme falso de ma crise da saúde mundial, mas que ela sirva para mostrar aos governantes o que se deve e o que não se pode fazer. Vamos fazer a nossa novena em templos lotados, e sem higiene para que não tenhamos uma doença grave nos próximos meses.

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