Conversando com uma boa amiga, discutíamos as diferenças de opinião e pontos de vista a que somos submetidos diariamente. Normalmente vemos o mundo de acordo com uma única lente, com aquela que traz as nossas verdades, nossas circuntâncias. E normalmente estamos cercados por pessoas que têm uma perspectiva parecida, tanto na vida pessoal como na profissional, pois buscamos os nossos semelhantes para convivermos.
Ocorre que de vez em quando, na frequência do cometa harley somos colocados diante de pessoas diferentes de nós, e pessoas por quem possuimos afeição razoavel, e que está inserida no nosso meio, elas meio perdidas nas nossas percepções e nós perdidos em suas visões.
Essas confrontações com nossos "pré-conceitos" é útil para reavaliarmos as nossas posições e dogmas e colocarmos à prova os outros, mas é imprescindível que estejamos preparados para esse tipo de proposta de mudança. De nada adianta colocar uma pessoa não preparada para discutir filosofia com Freud uma descrente em filosofia, ou mesmo física quântica com um cientista uma analfabeto funcional na arte da matemática.
Para que haja sorte é necessário ser a pessoa preparada no momento adequado, e até para termos a possibilidade de evoluirmos em nossos conceitos, mudá-los ou até mesmo sedimentá-los diante de inquisição dos porques trazidos pelo sopro de novidade de um pensamento diferente, é necessário estarmos abertos à novidade, assim como é necessário estar aberto ao amor para se namorar.
A sorte de encontrar uma pessoa com quem se possa manter um nível razoável de conversa já é complicado em demasia nos dias de hoje, e na era da comunicação e da internet em que cria-se vários guetos é muito mais complicado encontrar alguém que se possa manter uma conversar dicotômica, em que ambos têm argumentos razoáveis, mas diferentes sobre algum assunto.
Vivemos na era dos barulhos, em que encontramos nosso grupo em ambientes com tantos ruídos que nos impede de mantermos comunicação de boa qualidade por um tempo razoável. Somos qualificados por nossas profissões, posses, estilo de vestuário, mas não pelo nosso conteúdo, modo de perceber o mundo, opiniões pessoais.
Qualificamos as pessoas nos primeiros 30 segundos de conversa. Desejamos pessoas que se encaixem em nossos desejos íntimos. Colocamos empecilhos em quaisquer defeitos que percebemos nos outros. Não damos oportunidade de nos ensinarem um novo ponto de vista.
Somos tão presos aos nossos padrões, que esquecemos de dar chance aos outros. Mas quando isso acontece, rejuvenescemos nossas mentes e corações, trocando nossas lentes embaçadas pela gordura do tempo e a sujeira do preconceito. Mas isso é tão dificil. Mas vamos dar um passo, ouvir uma musica que não é o nosso padrão, ir a um lugar diferente, experimentar um tempero novo, beijar uma pessoa diferente do nosso padrão, e quem sabe possamos entender o outro melhor, e ver que o seu ponto de vista, mesmo quando não aplicado à sua realidade, também é verdadeiro e legítimo
Um comentário:
Ninguém parece estar disposto a ceder um milésimo do seu jeito de ser, pelo outro. É claro que devemos ser autênticos, sempre. Mas, faz parte do "amar", deixar nosso cubo de vidro do individualismo para aprender e ensinar a amar.
E o amor é algo que está em decréscimo nos dias de hoje. Mas eu jamais vou desistir dele!
Adorei esse post!! =)
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