domingo, 28 de outubro de 2007

Crise área

um assunto que já fez aniversário, mas não sai de nossos jornais a crise aérea atinge em cheio a classe média brasileira, a mesma que (aparentemente) não votou no nosso querido presidente de 9 dedos.

Os motivos para essa crise são diversos: o brasil vivendo um bom momento econômico criado pelo plano real e não pelas decisões etílicas do nosso chefe maior, a conjuntura internacional que transformou o nosso país de bananas em um excelente negócio para os investidores internacionais, mas acima de tudo por conta da falta de investimentos em toda e qualquer forma de meio de transporte no país.

Nossos governantes devem acreditar que as maravilhas tecnológicas do filme "barbarella" deve ser real e que as mercadorias, bens e pessoas podem se teletransportar para outros lugares como que num passe de mágica, porque só isso para justificar o abandono que nós estamos sofrendo.

A constituição federal (em letra minúscula em homenagem ao desrespeito que vem sofrendo) garante a todo cidadão o direito de ir e vir sem qualquer tipo de pagamento aos cofres públicos, exceto pelo pagamento dos pedágios. Quando temos estradas totalmente públicas, elas estão em total abandono, transformando qualquer viagem de curta duração em um risco de morte eminente, e a não concretização é por conta da sorte e dos anjos da guarda que trabalham ferrenhamente para nos proteger, porque é obra do divino chegar são e salvo. Quando temos estradas administradas por concessões públicas, temos valores altíssimos recolhidos em nome de nossa segurança e o descanso de nossos arcanjos salvadores. Aproveitam a justificativa que a vida não tem preço! deveriam aliar-se à Mastercard.

Bem, essas estradas perigosas ou caras são quase o único meio de transporte possível entre todas as regiões do país, incluindo aqui nossa famigerada transamazônica.

Dizer que dispomos de um transporte ferroviário decente é como dizer que Brasília foi construída no meio do nada para facilitar a manifestação pública de um povo. Nossa malha ferroviária é inexistente, ineficiente e desconhecida do povo, mesmo no "brasil da central", pergunte a qualquer passageiro o que ele acha dos nossos trens pobres e se supreenderá.

Metros, bem, isso é tão incomum como as pseudo "modelos-atrizes-cantoras" que povoam as revistas de fofocas que sejam virgens.

Portos, isso é um caso à parte, num país com tanto mar a ser explorado, com uma orla espetacular, que facilitaria nosso contato com o mundo, aumentaria nossas exportações, nossos empregos, nossa renda... bem, nem é preciso dizer que encontram-se em completo abandono, com raríssimas e privadas exceções.

Falar de crise área é quase repertir-se em todos os argumentos acima, com a diferença que ela põe em risco a classe média, aquela que move a economia do país e que não vota no nosso querido presidente, e que por isso mesmo não deve ser levada à sério. Não são os passageiros da GOL que pagam suas passagens em 10 vezes que irão reeleger nosso maior desinformado a uma reeleição eterna ao estilo chavista, ou que deixarão de pagar seus impostos por terem contas escondidas em paraísos fiscais e que poderão, a qualquer momento, curar suas mazelas comprando bolsas hérmes em Paris, e sim o povo que precisa de um trem bom e um ônibus que não perca suas rodas no trânsito caótico de SP, por isso, apenas por isso, ao menos nosso transporte público básico, nossas estradas e nossos portos deveriam estar funcionando como se fosse na Suiça... mas nem isso conseguiram fazer.

A crise aérea só mostra que temos o que merecemos, ao colocar no comando, pessoas tão incapacitadas para pensar e trabalhar.

Para que investir em tecnologia e segurança do povo, se nosso presidente tem serviço especial para continuar viajando mundo afora, experimentando bebidas alcóolicas de produção diversa, e sendo feliz com o meu avião airbus personalizado.

Para quê??

2 comentários:

Cris disse...

Profundo! Mto profundo.

Anônimo disse...

Tirando os ataques pessoais ao presidente - para atingi-lo basta falar do seu desgoverno... - concordo com toda a argumentação.

Como de costume.