terça-feira, 18 de março de 2008

Crise de reclamações

Não me acho a melhor pessoa do mundo em intenções e ações para com o próximo, mas tento, na medida do possível, e dentro do meu conforto pessoal ajudar as pessoas próximas. Ajudo escutando as pessoas, deixando-as desabafar e contar seus segredos e histórias. Claro que com um certo sentimento egoísta, pois acabo aprendendo muito sobre a vida e sobre a humanidade. Além de ser o meu hobby observar as pessoas e suas reações sobre as coisas da vida.

Hoje fui visitar um hospital para desenvolver um trabalho na empresa, a fim de engajar as pessoas ao trabalho voluntário. Eu mesmo preciso me engajar nesta causa. Fui com uma pessoa, que eu não conhecia até hoje, não no nível que passei a conhecer e adimirar profundamente, pela força de viver e de sobreviver às circunstâncias que a vida lhe impôs. Teria todo o direito de "descambar" para o mal e a criminalidade e poderia culpar tranquilamente a sociedade, pois do que chamamos capitalismo ela recebeu a pior parte no começo de sua vida. Agressões de todos os tipos possíveis foram sofridos por essa pessoa. E mesmo assim, ela consegue (ou tenta) ser feliz e pensa no próximo que está sofrendo mais que ela.

Eu tive uma infância saudável, tenho uma família estável, instrução formal, educação de boa qualidade e oprtunidades que poucos tiveram, e por isso sou extremamente otimista com a vida e minha relação com ela.

Durante a visita ao hospital, pudemos ver materializado em forma de crianças o que comentávamos no caminho: às vezes reclamamos de barriga cheia dos nossos problemas pequenos e cotidianos, nos esquecendo que estamos saudáveis, capazes, sãos e reclamões de marca maior.

A visita foi difícil, mas fez pensar na vida, e ainda fará por algum tempo... as cenas que vi lá me tocaram profundamente, mas principalmente me fizeram sentir que preciso sair da minha zona de conforto para ajudar ao próximo, que não é ali onde tenho de ficar, que para fazer a diferença é preciso um pouco mais, e não é muita coisa, é um gesto de carinho, um colo, um olhar, e isso que esquecemos de proporcionar ao nosso próximo, principalmente trabalhando numa sociedade capitalista, individualista... temos tanto a aprender sobre o próximo e principalmente sobre nós mesmos.

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