domingo, 25 de janeiro de 2009

Crise de Benjamin

O Estranho caso de Benjamin... é surpreendentemente bom. Brad Pitty dá um show, e chega a ficar irreconhecivel na tela, deixando a sua beleza para uma excelente atuação, embora ele já tenha mostrado que não é um rosto bonito com uma bela mulher ao lado (seja a Jennifer Aniston ou Anegelina Jolie) para provar que é um galã de talento artísitco. Mas não é isso que eu quero discorrer. É o filme.

A história é surpreendente. Fala do tempo, e por ser contrária à natureza, deixa isso claro ao espectador... uma frase que me surpreendeu foi a da inaurguração do relógio, na estação de trem, quando o relojeiro, que perdeu um filho na guerra diz algo sobre o tempo andar para trás, para que os que morreram pudessem renascer, os que partiram, chegassem, e assim por diante...

A vida moderna é refém do relógio, do tempo, do dia curto e da noite inexistente. Nós precisamos viver do amanhã, nos planejar hoje o que seremos amanhã, não deixamos tempo para o inesperado, para a paixão na esquina, para um papo relaxado, queremos tudo junto, ao mesmo tempo e agora e esquecemos de viver o momento.

Queremos a paixão de novela, a fama da TV, a capa da revista, mas não damos importância ao nosso próprio prazer. Estamos preocupados em agradar, em sermos o que o mundo deseja, em estarmos preparados para a oportunidade que nos aproxima.

Sofremos por antecedência, ficamos ansiosos, criamos expectativas, mas esquecemos de ao invés contar os minutos, vivê-los, pois se assim fosse, os que partiram estariam em nossas lembranças, o que morreram permaneceriam em nossos corações, e não reclamaríamos a sua ausência, por ão termos ido naquela viagem, por não termos dado aquele beijo, por não termos dito, quando tivemos oportunidade: eu te amo; desculpe; saudades de você, tchau...

O tempo é implacável, e muito se fala sobre ele, mas quando nos daremos conta de que ele passou? Talvez quando nos resta apenas um suspiro, e quando nossa vida passar diante dos nossos olhos como um comercial de tv barato, e não como um longa-metragem de sonhos realizados.

O tempo que vai, que voa, que foge, que corre, que nunca volta... o tempo que tememos encarar, que se esvai a cada suspiro e que não vale se não for com amor, com vontade, por prazer.

Trabalhamos demais, corremos demais, sofremos antecipadamente demais, e esquecemos de sofrer o momento, de sorrir o momento.

O estranho caso do benjamin, é também o de todos as marias, josés, rodrigos, ricardos, priscilas, marcios, mauricios, patricias, julianas, angelas, danieis, etc... é o retrato da nossa miséria humana. É a morte de nossa alma, minha, sua, e de todos nós

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