segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Crise Profissional

Uma das piores crises que existem é a profissional, pois você precisa, efetivamente, do reconhecimento alheio para poder ganhar bem, ou do seu chefe ou do seu cliente. E claro a insatisfação comum de que se trabalha mais do que deve e se ganha menos do que merece.

Em regra, no Brasil é assim mesmo, a staff da empresa ganhando horrores e a massa operacional ganhando miséria. É só ver os dados de qualquer censo entre as diferenças salariais para se concluir isto, diferente da Suécia (não é parâmetro? pegue então os EUA, México).

Essa crise só pode ser diminuída quando temos um feedback externo de alguém que sabemos não tem motivos específicos para nos "puxar-o-saco", pelo contrário, quando esta pessoa teria motivos para não te elogiar, apenas pelo fato de tentar conseguir um desconto no preço pago pelos seus serviços.

Nem sempre temos essa oportunidade, e é muito complicado não tê-la ao longo da vida, mas sempre que acontece é de muito bom grado receber, nosso ego agradece com entusiasmo.

Sempre fui partidário defensor da poligamia. Explico. Você tem de ser capaz de amar pelo menos duas pessoas ao mesmo tempo. Sim, pelo menos duas. Você e outrem. Se não tiver o segundo amor, deve amar a si mesmo. Isso pode parecer egocêntrico e pode ser xingado por ter um "ego inflado" e tudo mais, mas me diga se você não confiar em si mesmo, quem o fará?

Profissionalmente esse auto-elogio deve ser constante, sem ser pedante demais para não parecer arrogante, sempre mantendo o pé no chão, sabendo que não é o máximo do conhecedor naquele assunto, e até a mais simples das pessoas (neste caso uma pessoa sem educação formal de Mestrado, faculdade ou 1º grau) pode te ensinar coisas nunca imagináveis, te mostrar pontos de vista simples mas reveladores de verdades ocultas, mas claro, nunca se desmerecendo frente aos ditos "mestres".

A falsa modéstia é, ao meu ver, pior do que o excesso de arrogância. Aristóteles, em seu "Ética a Nicômaco" dizia que o médio é a felicidade, o equilíbrio é o que se pode desejar, a infelicidade reside nos excessos, em qualquer tipo, e isso aqui deve ser aplicado, seja no excesso de modéstia (deve limitar-se à ter a mente aberta à novos conhecimentos) e o excesso de arrogância (devendo limitar-se à saber seu próprio valor) para que se encontre um limite.

Claro que viver em auto-policiamente é complicado, mas importante.

Dentro de nossa vida profissional em alguns momentos seremos bombardeados por descréditos e ofensas. Nos cabe guardá-las momentâneamente em nossa memória superficial, para ser descartada com a próxima informação irrelevante (tipo o ganhador do Oscar de melhor maquiador em filmes de animação gráfica) e os elogios guardar em nosso subconsciente, e quando estivermos em dúvida de nossas capacidades profissionais, fugir para aquele momento e aquela frase elogiosa e buscar para seu momento, e mostrar o seu valor.

E claro, todos os elogios são bem-vindos, principalmente quando não vêem de puxa-sacos profissionais e principalmente quando vêm de alguém super crítico. E se você não teve essa oportunidade hoje, peça um conselho para a pessoa mais crítica que você conhece: você!

Difícil? Alguém prometeu facilidades? para mim não!

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